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José Graziano promete nova era para a FAO

O novo diretor da organização será o primeiro latino-americano a assumir o cargo desde a fundação da entidade, em 1945

Graziano: "o que deve ser feito é alcançar um acordo mínimo para não paralisar a organização" (Alberto Pizzoli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 10h41.

Roma - O novo diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, afirmou nesta segunda-feira que começa uma "nova era" para a agência especializada na luta contra a fome no mundo, durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira em Roma, na sede da entidade.

O brasileiro, que foi eleito no domingo diretor-geral da FAO com 92 votos contra 88 do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, será o primeiro latino-americano que assumirá o cargo desde a fundação da entidade, em 1945.

"Temos que dar início a uma nova era na organização", afirmou Graziano, que coordenou o programa Fome Zero no Brasil e que era representante regional na América Latina e subdiretor da FAO desde 2006.

"Foi uma eleição difícil, quase um empate", admitiu.

"Sei que houve divisão dos votos entre os países do norte e os do sul, mas isto não significa que os países doadores ou ricos estão contra", afirmou, ao prometer trabalhar sempre com as partes envolvidas para alcançar o consenso.

"Há expectativas para uma melhor governança do mundo", advertiu, ao mencionar as decisões tomadas na recente reunião do G20 em Paris que pedem às várias organizações internacionais que assumam novas responsabilidades.

"Há divergências profundas entre os países. Eu conheço todas. Não devemos negá-las, mas o que deve ser feito é alcançar um acordo mínimo para não paralisar a organização", disse, depois de evitar fazer um balanço sobre a controversa gestão de 18 anos do senegalês Jacques Diouf.

"Não vou comentar a gestão de Diouf".

Para Graziano, é indispensável que as organizações internacionais cheguem a um acordo para atuar, baseado nas "críticas correções" e naquilo que definiu como "open minded" (mente aberta).

O novo diretor-geral da FAO - que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2012 e permanecerá na função até julho de 2015 -, também falou sobre a volatilidade dos preços dos alimentos, do desequilíbrio dos mercados e abordou até as críticas aos biocombustíveis, que segundo ele não devem ser demonizados.

"Quero transmitir aos funcionários da FAO que o objetivo é acabar com a fome no mundo e não o das próprias famílias. Não devemos nos desviar", disse.

Durante sua permanência na FAO, Graziano conseguiu que os países de América Latina e Caribe fossem os primeiros em nível mundial a assumir o compromisso de erradicar a fome antes de 2025.

Na apresentação de seu programa na véspera, Graziano admitiu que "houve um longo período de negligência com a agricultura, a pesca, as florestas e em desenvolvimento rural e segurança alimentar" no mundo.

"A recente crise econômica global e a crise de alimentos é um alerta para que acordemos. Lembra-nos que estamos interconectados, e isso é mais evidente na alimentação e na agricultura", afirmou na ocasião.

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Roma - O novo diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, afirmou nesta segunda-feira que começa uma "nova era" para a agência especializada na luta contra a fome no mundo, durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira em Roma, na sede da entidade.

O brasileiro, que foi eleito no domingo diretor-geral da FAO com 92 votos contra 88 do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, será o primeiro latino-americano que assumirá o cargo desde a fundação da entidade, em 1945.

"Temos que dar início a uma nova era na organização", afirmou Graziano, que coordenou o programa Fome Zero no Brasil e que era representante regional na América Latina e subdiretor da FAO desde 2006.

"Foi uma eleição difícil, quase um empate", admitiu.

"Sei que houve divisão dos votos entre os países do norte e os do sul, mas isto não significa que os países doadores ou ricos estão contra", afirmou, ao prometer trabalhar sempre com as partes envolvidas para alcançar o consenso.

"Há expectativas para uma melhor governança do mundo", advertiu, ao mencionar as decisões tomadas na recente reunião do G20 em Paris que pedem às várias organizações internacionais que assumam novas responsabilidades.

"Há divergências profundas entre os países. Eu conheço todas. Não devemos negá-las, mas o que deve ser feito é alcançar um acordo mínimo para não paralisar a organização", disse, depois de evitar fazer um balanço sobre a controversa gestão de 18 anos do senegalês Jacques Diouf.

"Não vou comentar a gestão de Diouf".

Para Graziano, é indispensável que as organizações internacionais cheguem a um acordo para atuar, baseado nas "críticas correções" e naquilo que definiu como "open minded" (mente aberta).

O novo diretor-geral da FAO - que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2012 e permanecerá na função até julho de 2015 -, também falou sobre a volatilidade dos preços dos alimentos, do desequilíbrio dos mercados e abordou até as críticas aos biocombustíveis, que segundo ele não devem ser demonizados.

"Quero transmitir aos funcionários da FAO que o objetivo é acabar com a fome no mundo e não o das próprias famílias. Não devemos nos desviar", disse.

Durante sua permanência na FAO, Graziano conseguiu que os países de América Latina e Caribe fossem os primeiros em nível mundial a assumir o compromisso de erradicar a fome antes de 2025.

Na apresentação de seu programa na véspera, Graziano admitiu que "houve um longo período de negligência com a agricultura, a pesca, as florestas e em desenvolvimento rural e segurança alimentar" no mundo.

"A recente crise econômica global e a crise de alimentos é um alerta para que acordemos. Lembra-nos que estamos interconectados, e isso é mais evidente na alimentação e na agricultura", afirmou na ocasião.

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