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Jornalista recebe desculpas por vazamento 67 anos depois

Ele deu a maior notícia que poderia se dar sobre a guerra, mas foi demitido da agência AP e expulso pelos militares americanos

Os principais chefes militares de Hitler assinam o ato de rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 (©AFP / null)

Os principais chefes militares de Hitler assinam o ato de rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 (©AFP / null)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 21h02.

Washington - Um correspondente de guerra que foi demitido por vazar informações militares sensíveis e informar ao mundo sobre a rendição alemã na II Guerra Mundial recebeu nesta sexta-feira, 67 anos depois, um pedido de desculpas.

A Associated Press pediu desculpas ao já falecido repórter Edward Kennedy, que desafiou a censura militar e, em 7 de maio de 1945, enviou um telegrama sobre a rendição que punha um fim à guerra na Europa.

Foi a maior notícia que poderia se dar sobre a guerra, mas ele foi demitido da agência AP e expulso pelos militares americanos.

O presidente e diretor executivo da AP, Tom Curley, pediu desculpas ao falecido jornalistas nesta sexta-feira, dizendo que "o episódio foi tratado da pior maneira possível".

Kennedy foi um dos 17 jornalistas que nas primeiras horas da manhã do dia 7 de maio de 1945 estava na cerimônia de Reims, França, na qual as forças alemãs assinaram sua rendição, mas todos se comprometeram em manter segredo para permitir uma segunda cerimônia em Berlim, na qual participariam os russos.

Foi dito inicialmente aos jornalistas que a difusão da notícia seria atrasada algumas horas e depois por 36 horas, até as 15h do dia seguinte.

O presidente da AP disse que Kennedy fez o que era correto.

"A guerra acabou, mas não se podia revelar uma informação como essa. O mundo precisava saber isso", explicou.

"Acho que isso teria significado muito para ele", declarou sua filha, Julia Kennedy Cochran, à AP.

Em suas memórias, Kennedy disse que aproveitou a ausência de censores militares para eludir a proibição e publicar a notícias.

Ele usou um telefone militar que não estava monitorado pelos censures para enviar sua versão à redação da AP em Londres, que deu a notícia em poucos minutos.

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