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Jornalista preso na Venezuela é solto em meio a exigências dos EUA

Cody Weddle e seu ajudante ficaram sob custódia por mais de 12 horas em Caracas

Cody Weddle: jornalista americano trabalhava há anos ena Venezuela (WPLG LOCAL 10/Reuters)

Cody Weddle: jornalista americano trabalhava há anos ena Venezuela (WPLG LOCAL 10/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de março de 2019 às 06h26.

O jornalista americano Cody Weddle, colaborador de vários meios de comunicação americanos, e seu ajudante venezuelano Carlos Camacho foram presos nesta quarta-feira (6) em Caracas por membros do serviço de Inteligência militar, permanecendo sob custódia por mais de 12 horas, o que motivou protestos de Washington.

"Cody Weddle foi libertado após ter sido detido pelas autoridades venezuelanas", informou o canal10 News de Miami, acrescentando que Camacho também está solto.

Citando a mãe do jornalista americano, Sherry Weddle, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) destacou no Twitter que Cody, de 29 anos, "foi levado ao aeroporto internacional Simón Bolívar para ser deportado".

"Está bem (...) e parte em um voo da American Airlines nesta quinta-feira" às 12H00 local, segundo o SNTP.

O Sindicato informou que a Dgcim foi à residência de Weddle em Caracas por volta das 8h desta quarta-feira, levando-o detido e confiscando seu equipamento de trabalho.

Segundo relatos dos vizinhos citados pelo SNTP, Weddle foi preso "supostamente com uma ordem emitida por um tribunal militar" e "no documento eram mencionados dois supostos crimes". Outras fontes destacaram que uma das acusações seria de espionagem.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, o relator especial para a Liberdade de Imprensa da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza, e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) também exigiram a libertação dos profissionais.

Estas prisões coincidiram com o anúncio dos Estados Unidos, nesta quarta, que revogará os vistos de 77 venezuelanos próximos ao presidente Nicolás Maduro, como parte dos esforços para tirar do poder dirigente socialista.

Mais cedo, o diretor da ONG Espaço Público, Carlos Correa, informou "que na parte da manhã a Direção de Contra-inteligência militar chegou" à residência de Weddle para realizar buscas "e o questionou sobre a cobertura que fez (em 23 de fevereiro) na fronteira".

A subsecretária americana de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, condenou a detenção de Weddle, jornalista independente que está há anos na Venezuela, onde atua para as redes de televisão ABC e CBC, e os jornais Miami Herald e The Telegraph.

"O Departamento de Estado está a par e profundamente preocupado com as informações de que outro jornalista americano foi detido na Venezuela por Maduro, que prefere reprimir a verdade no lugar de enfrentá-la".

"Ser jornalista não é crime. Exigimos sua libertação imediata e ileso", disse Breier no Twitter.

Robert Palladino, porta-voz do Departamento de Estado, deplorou no Twitter as ameaças à liberdade de expressão sob o "regime de Maduro".

A fracassada tentativa de fazer entrar na Venezuela ajuda internacional em 23 de fevereiro resultou em intensos distúrbios nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil, que causaram sete mortes e cerca de 300 feridos.

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