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Jornalista iraquiana é sequestrada em Bagdá

Afrah Shawqi publicou no portal iraquiano Aklaam um artigo extremamente crítico a respeito dos grupos armados que atuam "com total impunidade" no país

Sequestro: muito envolvida na defesa dos direitos das mulheres, Afrah Shawqi também trabalhava no Ministério da Cultura (Getty Images)

Sequestro: muito envolvida na defesa dos direitos das mulheres, Afrah Shawqi também trabalhava no Ministério da Cultura (Getty Images)

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AFP

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 20h46.

Uma jornalista iraquiana foi sequestrada na segunda-feira à noite em sua casa em Bagdá por homens armados - anunciaram o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, e uma organização de defesa da liberdade de imprensa nesta terça (27).

Identificada como Afrah Shawqi pelas autoridades, a jornalista já foi colaboradora do jornal saudita Asharq Al-Awsat e escrevia para diversos "sites". Na segunda-feira (26), ela publicou no portal iraquiano Aklaam um artigo extremamente crítico a respeito dos grupos armados que atuam "com total impunidade" no país.

"Shawqi foi sequestrada na segunda-feira às 22h (17h, horário de Brasília). Oito homens armados invadiram sua casa em Saidiya (bairro ao sudoeste de Bagdá)", disse à AFP Ziad al-Ajili, do Observatório Iraquiano da Liberdade de Imprensa.

"Eles roubaram telefones celulares, computadores e dinheiro e, então, sequestraram Afrah e fugiram", completou.

O relato foi confirmado por uma fonte do Ministério do Interior, que pediu para não ser identificada.

Segundo Al-Ajili, os criminosos estavam com trajes civis e afirmaram que eram integrantes das forças de segurança para obrigar a jornalista a abrir a porta. Uma fonte do Ministério saudita do Interior confirmou a informação.

O premiê Al-Abadi condenou o sequestro e determinou uma investigação para esclarecer os fatos. Também ordenou as forças de segurança que "façam o máximo para protegê-la, encontrá-la e pôr a mão no grupo, ou grupos, responsáveis por seu sequestro".

Muito envolvida na defesa dos direitos das mulheres, Afrah Shawqi também trabalhava no Ministério da Cultura.

Em 2016, sete jornalistas foram assassinados no Iraque, de acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Em um comunicado, a editora-chefe da RSF, Virginie Dangles, manifestou a "mais profunda preocupação" da ONG e condenou "duramente" esse sequestro.

"Pedimos ao primeiro-ministro que mantenha seu compromisso de fazer o que for possível para encontrar Afrah Shawqi, assim como os autores de seu sequestro", completou Virginie.

Ao lado de Síria, Afeganistão e México, o Iraque é um dos mais perigosos para o exercício da profissão.

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