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John Kerry nega ter chamado Israel de Estado de apartheid

O secretário americano de Estado esclareceu boatos sobre uma declaração neste sentido formulada durante uma reunião privada em Washington


	O secretário de Estado americano, John Kerry: o termo apartheid "é uma palavra que seria melhor deixar de fora do debate aqui" 
 (Saul Loeb/AFP)

O secretário de Estado americano, John Kerry: o termo apartheid "é uma palavra que seria melhor deixar de fora do debate aqui"  (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 07h43.

Washington - O secretário americano de Estado, John Kerry, negou energicamente nesta segunda-feira ter classificado Israel de "Estado de apartheid", após boatos sobre uma declaração neste sentido formulada durante uma reunião privada em Washington.

"Jamais declarei - de forma pública ou privada - que Israel é um Estado de apartheid ou que tenha a intenção de sê-lo", disse o chefe da diplomacia americana em uma enérgica declaração, após pedidos para sua renúncia.

"Tenho experiência suficiente para saber que as palavras podem ser mal interpretadas, mesmo quando ditas de forma involuntária, mas se pudesse rebobinar a fita, teria escolhido outra palavra", admitiu Kerry.

O termo apartheid "é uma palavra que seria melhor deixar de fora do debate aqui" nos Estados Unidos, destacou o secretário de Estado.

Segundo o site americano de notícias "The Daily Beast", ao falar sobre a necessidade da criação de Estado palestino independente Kerry disse que "um único Estado vai acabar se transformando em uma Estado de apartheid, com cidadãos de segunda classe, ou vai terminar destruindo a capacidade de Israel em ser um Estado judeu".

O ministro israelense dos Transportes, Israel Katz, condenou com veemência as declarações do secretário de Estado: "Que vergonha, Kerry! Há palavras que não podem ser usadas".

"Neste dia de memória nacional do Holocausto, o secretário de Estado americano nos descreve como um Estado de apartheid; nós, o Estado submetido a ameaças de destruição...".

O senador republicano pelo Texas Rafael Eduard Curz exigiu a "demissão" de Kerry, enquanto seu colega pelo Arizona, John McCain, afirmou que é preciso um pedido formal de desculpas.

Kerry, que esteve mais de dez vezes no Oriente Médio nos últimos doze meses e manteve incontáveis horas de diálogo com dirigentes da região, defende um Estado judeu e um Estado palestino convivendo lado a lado, em paz e segurança.

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