Mundo

John Kerry chega à Turquia em busca de apoio contra o EI

O secretário de Estado americano faz um giro pelo Oriente para obter apoio contra o Estado Islâmico


	John Kerry: a Turquia nega-se a participar de operações armadas contra o EI
 (Dan Himbrechts/AFP)

John Kerry: a Turquia nega-se a participar de operações armadas contra o EI (Dan Himbrechts/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 14h54.

Ancara - O secretário de Estado americano, John Kerry, desembarcou nesta sexta-feira na Turquia, como parte de um giro pelo Oriente Médio, para obter o apoio deste país muçulmano e membro da Otan à coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI).

Na quarta-feira à noite, o presidente americano, Barack Obama, apresentou sua estratégia para destruir a organização jihadista, estendendo os ataques aéreos utilizando bases na região e com o apoio dos países árabes.

No entanto, a Turquia, vizinha do Iraque e da Síria, onde os jihadistas agem, nega-se a participar de operações armadas contra os extremistas sunitas e não quer permitir o uso pelos americanos de sua base aérea de Incirlik, localizada no sul do país, perto da fronteira com a Síria.

O país, que acolhe 1,2 milhão de sírios deslocados pela guerra, teme pela vida de seus 42 cidadãos sequestrados na Síria e que a operação militar internacional amplie ainda mais o fluxo de refugiados ao seu país.

Nesta quinta-feira, Washington anunciou o desbloqueio de mais 500 milhões de dólares em ajuda humanitária às vítimas do conflito na Síria, elevando o total da assistência a US$ 2,9 bilhões desde 2011.

Washington fez este anúncio durante a chegada a Ancara de Kerry.

O secretário de Estado viajou a Bagdá e seguiu na quinta-feira para Jidá, na Arábia Saudita, onde durante uma reunião ministerial dez países árabes decidiram se comprometer em apoiar os Estados Unidos em sua luta contra o EI.

A Turquia foi representada por seu ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, mas não assinou a declaração sobre o reforço das medidas contra o grupo extremista. Ancara não fez nenhum comentário.

"Aparentemente, há questões sensíveis do lado turco que respeitamos, mas a Turquia é um parceiro importante na luta contra o terrorismo", declarou à AFP uma autoridade americana.

Na Arábia Saudita, Kerry se negou a chamar esta operação que está sendo planejada de "guerra".

"O que estamos fazendo é nos envolvendo em uma operação muito importante contra o terrorismo", declarou à rede de televisão CNN em Jidá.

A operação "vai ser mantida por algum tempo", advertiu, dizendo que "se alguém quiser pensar nisto como uma guerra contra o EI, pode pensar, mas o fato é que é uma grande operação contra o terrorismo que terá muitas partes móveis diferentes".

Em Ancara, o chefe da diplomacia americana se reuniu com seu colega turco e deverá se encontrar com o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, e com o presidente, Recep Tayyip Erdogan.

Kerry viaja no sábado para o Cairo, onde deve se reunir com o chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosPaíses ricosÁsiaEstados Unidos (EUA)EuropaEstado IslâmicoTurquiaIslamismoJohn Kerry

Mais de Mundo

Mão de vaca? Descubra por que os americanos estão menos altruístas

Quais foram as cidades mais visitadas do ano em 2025?

Aliado de Trump vence eleição em Honduras e promete romper com China

Alerta máximo: Califórnia tem risco de fortes tempestades no Natal