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Jihadistas exploram o caos e cresce número de mortos em conflito na Líbia

De acordo com a ONU, ao menos 47 pessoas morreram e 181 ficaram feridas nos últimos dias em Trípoli

Líbia: nos últimos dias houve o aumento da tensão entre o EI e militantes (Hani Amara/Reuters)

Líbia: nos últimos dias houve o aumento da tensão entre o EI e militantes (Hani Amara/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2019 às 11h32.

Trípoli/Genebra — As mortes decorrentes da batalha por Trípoli aumentaram nesta terça-feira, depois que um grupo leal ao Estado Islâmico matou três pessoas no centro remoto da Líbia, em uma demonstração de como os militantes podem explora a volta do caos ao país.

A agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que instalações locais relataram 47 mortos e 181 feridos nos últimos dias, agora que forças do leste tentam tomar a capital litorânea de um governo reconhecido internacionalmente.

Trata-se de um número maior do que os informados por qualquer um dos lados, e que parece envolver sobretudo combatentes, mas também incluiu alguns civis, entre eles dois médicos, disse o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

As forças do Exército Nacional Líbio (LNA), de Khalifa Haftar, um ex-general do Exército do líder deposto Muammar Gaddafi, ocuparam o sul essencialmente deserto no início deste ano e rumaram neste mês para Trípoli, onde estão instalados do lado sul.

O governo do primeiro-ministro Fayez al-Serraj, de 59 anos, está tentando impedi-los com ajuda de grupos armados que partiram de Misrata em picapes armadas com metralhadoras.

ONU, União Europeia, Estados Unidos e G7 apelaram por um cessar-fogo e pela retomada de um plano de paz da ONU, mas até agora Haftar não os ouviu.

No extremo sul de Trípoli, um grupo leal ao jihadista Estado Islâmico atacou a cidade de Fuqaha, matando três pessoas e sequestrando outra antes de partir, disseram moradores.

Fuqaha é controlada por combatentes leais a Haftar, que se retrata como inimigo do extremismo islâmico, mas é visto pelos oponentes como um novo ditador nos moldes de Gaddafi.

O Estado Islâmico está ativo na Líbia desde a deposição de Gaddafi pro tropas ocidentais oito anos atrás. O grupo tomou a cidade costeira de Sirte em 2015, mas a perdeu no final de 2016 para forças locais auxiliadas por ataques aéreos dos EUA, e hoje opera nas sombras.

O possível mergulho da Líbia em uma guerra civil ameaça interromper as remessas de petróleo, intensificar a migração pelo Mediterrâneo rumo à Europa e frustrar os planos da ONU para uma eleição que visa acabar com as rivalidades entre governos paralelos no leste e no oeste.

A Líbia se tornou a principal rota de imigrantes e refugiados africanos que tentam chegar à Europa, muitos dos quais sofrem torturas, estupros e extorsão durante a jornada.

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