Palmira: questão não está só relacionada com Mossul (Omar Sanadiki/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 13h31.
Moscou - Os jihadistas que atacaram Palmira há poucos dias chegaram a esta cidade com o apoio dos Estados Unidos, ou pelo menos sua conivência, disse o presidente da Síria, Bashar al Assad, em entrevista para uma emissora de televisão russa.
"Muitos desses terroristas vieram de Al Raqqah e Deir ez Zor bem com o apoio direto dos americanos ou, pelo menos, com seu conhecimento, fechando os olhos, e depois permitiram que Turquia, Catar e Arábia Saudita completassem a missão apoiando e copatrocinando o Estado Islâmico", afirmou Assad em um fragmento divulgado pelo canal "Rossia-24".
"Isto é o que está ocorrendo em Palmira. A questão não está só relacionada com Mossul", acrescentou o presidente sírio, em alusão às informações de que os guerrilheiros que reconquistaram as ruínas romanas procediam da cidade iraquiana, de onde teriam fugido perante a ofensiva de EUA e Iraque contra essa localidade.
O ataque jihadista a Palmira, "com um grande número de combatentes que percorreram dezenas de quilômetros dotados de armas que antes não tinham a sua disposição, demonstra o apoio direto por parte de alguns Estados aos terroristas", denunciou o presidente sírio.
Assad acusou as tropas americanas, que participam de operações contra o EI em Mossul e Al Raqqa, de permitirem que os terroristas saíssem dessas zonas sem nenhum impedimento.
Ao mesmo tempo, em outra entrevista ao canal da televisão internacional russa "RT", o líder sírio denunciou que os países ocidentais só se preocupam com a população civil quando as ofensivas são do exército governamental, mas não quando morre gente por ataques de terroristas.
"Eles não se preocupam quando os sírios são assassinados pelos terroristas ou quando estes atacam Palmira e destroem seu patrimônio", afirmou Assad.
Os pedidos do Ocidente para que a Rússia exerça sua influência no governo sírio, acrescentou Assad, têm como objetivo conter os sucessos do exército sírio em sua luta contra o terrorismo.