Japão testa bateria para transformar redes de energia
País está investindo US$ 203 milhões em um dispositivo para armazenar o excesso de energia solar e eólica na usina da ilha de Hokkaido
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2013 às 22h57.
Tóqui - O Japão está prestes a experimentar, em uma ilha ventosa a 800 quilómetros ao norte de Tóquio, uma bateria desenhada para transformar o fornecimento de eletricidade e, ao mesmo tempo, impulsionar o plano de resgate econômico do Primeiro-Ministro Shinzo Abe.
O Ministério de Economia, Comércio e Indústria está investindo 20 bilhões de ienes (US$ 203 milhões) em um dispositivo da Sumitomo Electric Industries Ltd. para armazenar o excesso de energia solar e eólica, na usina da ilha de Hokkaido, estabilizando o abastecimento para os consumidores.
Desde o terremoto de 2011, o Japão redobrou esforços para atualizar os sistemas energéticos e potenciar as exportações para revitalizar sua economia. Espera-se que o dispositivo da Sumitomo leve o Japão à liderança do mercado que possuía na década de 1970 com as calculadoras baratas da Casio Computer Co. e ainda neste século com os carros híbridos da Toyota Motor Corp.
A bateria, que utiliza o metal vanádio para armazenar energia elétrica em depósitos de eletrólitos, foi objeto de pesquisa em países como a Austrália e a China e promete processar o tipo de grandes excessos de energia que podem ocorrer numa rede de transmissão.
A ilha de Hokkaido foi escolhida por estar isolada da rede elétrica do restante do Japão e pelos seus campos abertos, ideais para colocar painéis solares e turbinas eólicas. Caso tenha sucesso, o projeto beneficiará companhias como a Sharp Corp. e a SoftBank Corp., alguns dos investidores que procuraram construir projetos solares quatro vezes maiores à capacidade máxima da rede em Hokkaido. O projeto será finalizado em março de 2015.
O programa de Abe
O armazenamento de energia é uma das tecnologias em que Abe e o governo anterior têm trabalhado para modernizar a rede do país, cuja estrutura foi estabelecida desde a Segunda Guerra Mundial.
Além dos custos, um dos maiores obstáculos é o potencial das baterias que podem superaquecer e causar incêndios. Em agosto do ano passado, um sistema de segurança para baterias de chumbo ácido de 15 megawatts num parque eólico no Havaí pegou fogo e destruiu seu depósito, forçando a First Wind Holdings Inc. a fechar o parque de 30 megawatts, temporariamente.
As provas em Hokkaido pretendem responder como integrar a maior energia captada em dias ensolarados e com ventos numa rede projetada para lidar com uma produção constante potenciada principalmente por reatores nucleares e combustíveis fósseis que geralmente funcionam o dia todo.
“O projeto permitirá compilar dados e integrar mais energia renovável na rede”, disse Takahiko Date, pesquisador sênior no departamento de inovação em tecnologia informática e comunicativa do Instituto de Estudos Estratégicos Globais Mitsui, em Tóquio. “Se o desempenho das baterias for confirmado, será mais simples implantá-las no exterior”.
Estreitamentos na rede
Nem todos estão convencidos de que o projeto das baterias resolverá problemas na rede. “Pode até ser um bom projeto piloto para aprimorar a tecnologia, mas não resolverá os problemas que Hokkaido está enfrentando”, disse Ali Izadi-Najafabadi, analista para a Bloomberg New Energy Finance. “Não ajuda muito com a questão da demanda total de eletricidade de Hokkaido sendo baixa”, onde a geração de energia renovável aumenta e não há suficiente capacidade para transferir eletricidade para o restante do país, disse Izadi-Najafabadi.
O projeto outorga ao Japão e a Sumitomo uma chance de mostrar a tecnologia de fluxo de oxiredução do vanádio – produto pesquisado durante quase três décadas pela companhia – para as empresas de serviços públicos no mundo que precisam integrar energia renovável às suas redes.
A bateria, com uma capacidade de 60 megawatts-hora, será instalada na subestação da Hokkaido Eletric, em Minami Hayakita, na cidade de Abira, segundo uma declaração conjunta da empresa e a Sumitomo. Um megawatt basta para dar energia a aproximadamente 333 casas no Japão.
Tóqui - O Japão está prestes a experimentar, em uma ilha ventosa a 800 quilómetros ao norte de Tóquio, uma bateria desenhada para transformar o fornecimento de eletricidade e, ao mesmo tempo, impulsionar o plano de resgate econômico do Primeiro-Ministro Shinzo Abe.
O Ministério de Economia, Comércio e Indústria está investindo 20 bilhões de ienes (US$ 203 milhões) em um dispositivo da Sumitomo Electric Industries Ltd. para armazenar o excesso de energia solar e eólica, na usina da ilha de Hokkaido, estabilizando o abastecimento para os consumidores.
Desde o terremoto de 2011, o Japão redobrou esforços para atualizar os sistemas energéticos e potenciar as exportações para revitalizar sua economia. Espera-se que o dispositivo da Sumitomo leve o Japão à liderança do mercado que possuía na década de 1970 com as calculadoras baratas da Casio Computer Co. e ainda neste século com os carros híbridos da Toyota Motor Corp.
A bateria, que utiliza o metal vanádio para armazenar energia elétrica em depósitos de eletrólitos, foi objeto de pesquisa em países como a Austrália e a China e promete processar o tipo de grandes excessos de energia que podem ocorrer numa rede de transmissão.
A ilha de Hokkaido foi escolhida por estar isolada da rede elétrica do restante do Japão e pelos seus campos abertos, ideais para colocar painéis solares e turbinas eólicas. Caso tenha sucesso, o projeto beneficiará companhias como a Sharp Corp. e a SoftBank Corp., alguns dos investidores que procuraram construir projetos solares quatro vezes maiores à capacidade máxima da rede em Hokkaido. O projeto será finalizado em março de 2015.
O programa de Abe
O armazenamento de energia é uma das tecnologias em que Abe e o governo anterior têm trabalhado para modernizar a rede do país, cuja estrutura foi estabelecida desde a Segunda Guerra Mundial.
Além dos custos, um dos maiores obstáculos é o potencial das baterias que podem superaquecer e causar incêndios. Em agosto do ano passado, um sistema de segurança para baterias de chumbo ácido de 15 megawatts num parque eólico no Havaí pegou fogo e destruiu seu depósito, forçando a First Wind Holdings Inc. a fechar o parque de 30 megawatts, temporariamente.
As provas em Hokkaido pretendem responder como integrar a maior energia captada em dias ensolarados e com ventos numa rede projetada para lidar com uma produção constante potenciada principalmente por reatores nucleares e combustíveis fósseis que geralmente funcionam o dia todo.
“O projeto permitirá compilar dados e integrar mais energia renovável na rede”, disse Takahiko Date, pesquisador sênior no departamento de inovação em tecnologia informática e comunicativa do Instituto de Estudos Estratégicos Globais Mitsui, em Tóquio. “Se o desempenho das baterias for confirmado, será mais simples implantá-las no exterior”.
Estreitamentos na rede
Nem todos estão convencidos de que o projeto das baterias resolverá problemas na rede. “Pode até ser um bom projeto piloto para aprimorar a tecnologia, mas não resolverá os problemas que Hokkaido está enfrentando”, disse Ali Izadi-Najafabadi, analista para a Bloomberg New Energy Finance. “Não ajuda muito com a questão da demanda total de eletricidade de Hokkaido sendo baixa”, onde a geração de energia renovável aumenta e não há suficiente capacidade para transferir eletricidade para o restante do país, disse Izadi-Najafabadi.
O projeto outorga ao Japão e a Sumitomo uma chance de mostrar a tecnologia de fluxo de oxiredução do vanádio – produto pesquisado durante quase três décadas pela companhia – para as empresas de serviços públicos no mundo que precisam integrar energia renovável às suas redes.
A bateria, com uma capacidade de 60 megawatts-hora, será instalada na subestação da Hokkaido Eletric, em Minami Hayakita, na cidade de Abira, segundo uma declaração conjunta da empresa e a Sumitomo. Um megawatt basta para dar energia a aproximadamente 333 casas no Japão.