Mundo

Japão insiste em energia atômica por razões econômicas

O país reconhece, no entanto, que cometeu um erro ao ter excesso de confiança na segurança nuclear

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2011 às 09h42.

Viena - O ministro de Energia japonês, Banri Kaieda, reconheceu nesta segunda-feira que o Japão teve excesso de confiança na segurança da energia nuclear antes do acidente de Fukushima, cujos reatores foram gravemente danificados pelo terremoto e tsunami de março.

"Em outros países houve enormes terremotos e tsunamis, mas isto não foi incorporado aos padrões de segurança (nuclear) do Japão", admitiu Kaieda em entrevista coletiva em Viena durante uma conferência ministerial sobre segurança nuclear.

O ministro declarou que a falta de incorporação de dados sobre outros desastres naturais foi consequência do "excesso de confiança" na segurança nuclear de parte dos analistas japoneses.

Após Fukushima, Japão considera que deve revisar seus padrões de segurança, para que não ocorra nunca mais um acidente tão devastador.

De qualquer maneira, o ministro japonês não insistiu na necessidade de impor controles de segurança obrigatórios, como exigem alguns países, e lembrou que cada estado tem direito de ter seu próprio ponto de vista a respeito.

Kaieda insistiu sobre a necessidade de manter a energia nuclear como parte integral dos recursos energéticos do Japão, já que dela depende grande parte da indústria desse país.

Um abandono da energia nuclear ou uma forte redução "teria forte impacto na economia japonesa e de suas empresas, além de uma repercussão enorme sobre a economia mundial como um todo", destacou o ministro japonês.

Cerca de 30% do consumo energético japonês é procedente de usinas nucleares, tornando o Japão um dos países mais dependentes do mundo dessa tecnologia.

Kaieda expressou sua esperança de que em breve todas as plantas suspensas para revisar as questões de segurança possam voltar a produzir energia em seu país.

Ao lembrar a grande devastação sofrida pela infraestrutura do nordeste do Japão, o ministro se mostrou confiante que seu país sairá "mais forte desta catástrofe", que classificou como "um acidente sem precedentes na história da humanidade".

"Peço a todos os países que mantenham relações comerciais conosco e viajem ao Japão como faziam no passado. Esperamos superar o acidente", concluiu.

Quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi foram gravemente danificados em 11 de março pelo forte terremoto e posterior tsunami.

Os efeitos da fundição parcial dos núcleos dos reatores ainda não foram controlados totalmente, e 80 mil pessoas foram evacuadas das zonas em torno da planta estragada.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDesastres naturaisEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaJapãoPaíses ricosTsunamiUsinas nuclearesVulcões

Mais de Mundo

Venezuela expulsa embaixadores de Argentina, Chile e outros países que questionam vitória de Maduro

Protestos contra reeleição de Maduro são registrados em favelas de Caracas: 'Entregue o poder!'

Eleição na Venezuela: Panamá retira diplomatas em Caracas e põe relações bilaterais 'em suspenso'

Trump aceita ser ouvido como vítima pelo FBI em investigação por atentado que sofreu

Mais na Exame