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Japão confirma morte de jornalista na Síria

Outros três jornalistas, árabes e turcos, estão desaparecidos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos


	A repórter de guerra Mika Yamamoto: a jornalista cobria os confrontos entre o Exército e os rebeldes sírios em Alepo, quando "se viu no meio de um tiroteio"
 (NHK News)

A repórter de guerra Mika Yamamoto: a jornalista cobria os confrontos entre o Exército e os rebeldes sírios em Alepo, quando "se viu no meio de um tiroteio" (NHK News)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 11h36.

Tóquio - A jornalista japonesa Mika Yamamoto morreu na segunda-feira quando cobria os combates na cidade síria de Alepo para a agência de notícias Japan Press, anunciou um colega que a acompanhava.

Outros três jornalistas, árabes e turcos, estão desaparecidos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Tivemos a confirmação de que era Mika Yamamoto, de 45 anos", afirmou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Japão.

A fonte disse que a jornalista cobria os confrontos entre o Exército e os rebeldes sírios na segunda maior cidade do país, Alepo (norte), quando "se viu no meio de um tiroteio".

Kazutaka Sato, outro jornalista da Japan Press, identificou o corpo de Yamamoto. Ele disse ao canal japonês NTV que os dois se viram diante de um grupo de soldados com uniforme de combate.

"O que estava na frente usava capacete e pensei que eram tropas governamentais. Disse a Mika que corresse. Neste momento começaram a atirar. Devíamos estar a menos de 20 ou 30 metros. Começamos a correr e nos separamos. Não voltei a ver Yamamoto, depois me disseram para ir ao hospital. Lá encontrei o corpo", contou Kazutaka Sato.

De acordo com a NHK, os dois jornalistas faziam uma reportagem com o Exército Sírio Livre (ESL), força rebelde integrada por desertores e civis armados.

Kazutaka Sato contou que a colega recebeu um tiro no pescoço.

Militantes sírios citados pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmaram que a jornalista foi gravemente ferida na segunda-feira quando acompanhava os confrontos em um bairro de Alepo.


Segundo o OSDH, a jornalista foi morta em Sleiemane al-Halabi, bairro do leste de Alepo onde violentos combates explodiram na manhã de segunda-feira entre tropas do regime e rebeldes.

Abu Raashid, comandante de um grupo do ESL, acusou as forças leais ao regime de Bashar al-Assad de terem deliberadamente apontado contra a repórter japonesa.

O OSDH informou ainda que três jornalistas estão desaparecidos em Alepo: uma libanesa, um árabe de nacionalidade não revelada que trabalhava para um meio de comunicação americano e um turco.

Em um vídeo postado no YouTube por ativistas é possível ver o corpo de uma mulher em uma sala, apresentado como o da jornalista. O braço direito da vítima apresenta um ferimento e, ao seu lado, um homem de aspecto asiático parece pedir ajuda a um médico.

De acordo com rebeldes, ela foi morta por "shabihas", milicianos leais ao regime.

Nas imagens é possível observar um ferimento profundo no antebraço da repórter, que parecia usar um colete à prova de balas. Ao seu lado aparece Kazutaka Sato.

O governo japonês anunciou que o corpo da jornalista foi levado para a Turquia.

Com Mika Yamamoto chega a quatro o número de jornalistas estrangeiros mortos na Síria desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011: o francês Gilles Jacquier, do canal France 2, em 11 de janeiro em Homs (centro), a americana Marie Colvin, do jornal britânico The Sunday Times, e o fotógrafo francês Rémi Ochlik, mortos em 22 de fevereiro, também em Homs, no bombardeio de um centro de imprensa improvisado.

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