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Japão avança para reativar a maior usina nuclear do mundo

Voto regional libera reativação da usina de Kashiwazaki-Kariwa, fechada há 14 anos após o desastre de Fukushima, em meio a críticas locais

Kashiwazaki-Kariwa: usina nuclear conta com um novo muro contra tsunamis (Yuichi Yamazaki / AFP/Getty Images)

Kashiwazaki-Kariwa: usina nuclear conta com um novo muro contra tsunamis (Yuichi Yamazaki / AFP/Getty Images)

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 11h36.

Última atualização em 22 de dezembro de 2025 às 11h38.

O Japão deu o último passo para autorizar a retomada das operações da usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo, quase 15 anos após o desastre de Fukushima.

Nesta segunda-feira, 22, a assembleia da província de Niigata aprovou um voto de confiança no governador Hideyo Hanazumi, favorável à retomada das operações da usina, segundo informações da Reuters.

Localizada a cerca de 220 quilômetros de Tóquio, Kashiwazaki-Kariwa foi uma das 54 usinas desligadas após o terremoto e o tsunami de 2011, que levaram ao pior acidente nuclear desde Chernobyl.

Desde então, o Japão reativou 14 dos 33 reatores considerados operáveis, em uma tentativa de reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.

Como será a operação da maior usina nuclear do mundo?

A usina será a primeira a voltar a operar sob controle da operadora Tokyo Electric Power (TEPCO), a mesma responsável pela central de Fukushima Daiichi.

Com capacidade total de 8,2 gigawatts, o complexo pode abastecer milhões de residências. A expectativa é que um reator de 1,36 GW seja religado a partir do próximo ano, de acordo com a Reuters.

Apesar da aprovação política, o reinício enfrenta resistência local. Protestos reuniram cerca de 300 pessoas do lado de fora da assembleia no dia da votação.

Um levantamento publicado em outubro pelo governo provincial apontou que 60% dos moradores não consideram que as condições de segurança para a retomada tenham sido plenamente atendidas.

A decisão é vista pelo governo central como estratégica para a segurança energética.

O Japão importa entre 60% e 70% da eletricidade que consome a partir de combustíveis fósseis e gastou 10,7 trilhões de ienes no ano passado com gás natural liquefeito e carvão.

O país pretende dobrar a participação da energia nuclear na matriz elétrica, para 20%, até 2040.

*Com informações da Reuters

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