Japão abre dois centros de vacinação para acelerar campanha de imunização
Apenas 2% dos quase 125 milhões de habitantes do Japão receberam até o momento as duas doses da vacina
AFP
Publicado em 24 de maio de 2021 às 07h29.
Última atualização em 24 de maio de 2021 às 22h04.
O Japão abriu nesta segunda-feira os primeiros centros de vacinação contra o coronavírus, com o objetivo de acelerar a campanha de imunização, cuja lentidão é criticada a menos de dois meses do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio (23 de julho a 8 de agosto).
Os dois centros instalados em Tóquio e Osaka (oeste), administrados pelas Forças de Autodefesa do Japão (exército), pretendem vacinar diariamente milhares de pessoas com 65 anos ou mais.
Apenas 2% dos quase 125 milhões de habitantes do Japão receberam até o momento as duas doses da vacina, contra 40% da população dos Estados Unidos.
A lentidão, muito criticada, é explicada em parte pelas normas médicas rígidas e trâmites burocráticos, quando parte do país se encontra em estado de emergência para enfrentar a quarta onda de covid-19.
"Os Jogos Olímpicos poderiam acontecer com mais tranquilidade se isto tivesse sido feito antes e 80 ou 90% da população estivesse vacinada antes do início do evento", declarou Munemitsu Watanabe, 71 anos, depois receber a primeira dose em Tóquio.
O centro de vacinação de Tóquio deve aplicar quase 10.000 doses diárias e o Osaka 5.000.
Os dois locais utilizam a vacina do laboratório Moderna, autorizada desde sexta-feira no Japão.
A vacina da AstraZeneca, igualmente autorizada na sexta-feira, não será aplicada no momento devido aos raros, mas graves, casos de trombose registrados em outros países.
O Japão iniciou em fevereiro a vacinação dos profissionais de saúde e das pessoas com mais de 65 anos com a vacina da Pfizer/BioNTech.
O governo espera que estes dois setores da população estejam vacinados até o fim de julho.
O Japão ficou relativamente a salvo da pandemia na comparação com outros países, com apenas 12.000 mortes registradas oficialmente desde o início de 2020.
Mas o país registrou nas últimas semanas um aumento de casos de covid-19 que pressiona o sistema de saúde.
A população é contrária aos Jogos Olímpicos, mas os organizadores insistem que medidas estritas contra a pandemia e a proibição da presença de torcedores procedentes do exterior permitirão um evento com "total segurança".