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Italianos abandonam o país por trabalho no exterior

Economia estagnada tem levado trabalhadores italianos a irem ao exterior em busca de futuros melhores


	Italianos: direito de trabalhar em qualquer lugar da União Européia é uma escapatória fácil do desemprego
 (Reuters)

Italianos: direito de trabalhar em qualquer lugar da União Européia é uma escapatória fácil do desemprego (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 22h54.

Roma - Quando o residente de Londres Anthony Perotto e sua esposa saem para jantar, eles às vezes nem se preocupam em falar inglês quando pedem sua comida. Eles simplesmente falam sua própria língua: italiano

“Muitas vezes e independente do tipo de culinária, os garçons são jovens italianos altamente qualificados,” diz Perotto, 49 anos, um advogado de Milão que se mudou com sua família para o Reino Unido em 2008.

“Nós claramentes nos tornamos novamente um país de emigrantes como éramos há cem anos atrás.”

Uma economia estagnada pelos últimos 14 anos tem levado trabalhadores italianos - especialmente os mais jovens – a irem ao exterior em busca de futuros melhores.

O direito deles de trabalhar em qualquer lugar da União Européia é uma escapatória fácil do desemprego, que registrou 43 por cento para os de idades entre 15-24 em maio.

O governo irá divulgar os números de desempregados para junho amanhã, com economistas prevendo que a taxa para todos os trabalhadores ficará próxima a um recorde de alta.

O primeiro ministro Matteo Renzi, ele mesmo com apenas 39 anos de idade, se concentrou em parar a fuga de cérebros crônica e manter os dinâmicos e formados em universidades no país para ajudar a Itália a superar os estragos da recessão.

Já que a expansão econômica deste ano será de apenas 0,2 por cento, de acordo com o Banco da Itália A parte difícil é saber quantos trabalhadores mais ainda irão embora e quais serão os efeitos a longo prazo.

Aumento do PIB

“Já que o mercado de trabalho tipicamente começa a melhorar dois trimestres depois que o produto interno bruto começa a recuperar, é muito improvável que haja uma mudança radical de direção nos próximos meses,” Filippo Taddei, chefe de políticas econômicas do Partido Democrático de Renzi, disse em entrevista no dia 25 de julho.

A taxa de desemprego da Itália aumentou em maio para 12,6 por cento, próximo da alta recorde de 12,7 por cento.

Em junho permaneceu sem mudanças em relação a maio, de acordo com a média de previsões de oito economistas em uma pesquisa da Bloomberg.

Isso se compara com os 11,6 por cento para todos os 18 membros da região do euro em maio e é quase duas vezes a taxa de 6,7 por cento da Alemanha, a maior geradora econômica da área.

Essa media dos economistas pesquisada pela Bloomberg sugere nenhuma mudança nem na região do euro e nem dos números da Alemanha quando os números de junho e julho respectivamente forem lançados amanhã.

Contração econômica

A economia italiana contraiu em 10 dos últimos 11 trimestres, mostrando um crescimento de 0,1 por cento nos últimos três meses de 2013. A agência nacional de estatísca Istat irá publicar dados de PIB preliminares para o segundo trimestre em 6 de agosto.

“Apesar de sinais de melhora na confiança nos negócios, a recuperação econômica ainda está lutando para ganhar força”, o banco central com sede em Roma disse no relatório de 18 de julho cortando a previsão do PIB deste ano de uma estimativa de janeiro de aumento de 0,7 por cento. Ele adicionou um “risco negativo” a nova projeção.

O Fundo Monetário Internacional previu a semana passada em sua atualização da Perspectiva Econômica Mundial que o PIB da Itália vai aumentar 0,3 por cento este ano ao invés dos 0,6 por cento estimados em abril.

O cenário econômico piorado são más notícias para Renzi que estava contando com os 10 bilhões de euros (US$13.4 bilhões) em cortes para a imposto de renda pessoal para pessoas de baixa-renda para reanimar as demandas dos consumidores.

Para estimular a performance econômica da Itália o governo está pronto para reduzir taxas tanto para empregadores quanto para empregados, Taddei disse.

Migração de trabalhadores

A migração de trabalhadores do país de quase 62 milhões de habitantes pode ser mais séria que os dados oficiais da Itália sugerem.

Aproximadamente 94.000 trabalhadores que começaram carreira cedo, deixaram a nação nos cinco anos até 2012, de acordo com um relatório de 28 de maio da Istat baseado em dados oferecidos pelas autoridades locais e postos consulares.

Entretanto, só em 2013, mas de 44.000 italianos obtiveram pela primeira vez das autoridades do Reino Unido o número de seguro nacional requerido para trabalhar lá, mostra um relatório do Instituto Nacional de Estatísticas com sede em Londres.

Os 66 por cento de aumento anual de novos números de seguro nacional reservados a italianos foi o maior em termos de percentagem entre adultos de qualquer nação européia entrando no país o ano passado de acordo com o instituto.

Relatórios sobre novos residentes em cidades européias como Berlin sugerem que “mais e mais jovens italianos estão se mudando para outros países como a Alemanha para encontrar trabalho em um ritmo que de certa forma é comparável com o que foi ressaltado pelos dados do Reino Unido”, um importante demógrafo da Italia, Massimo Livi Bacci, disse em uma entrevisa dia 29 de julho.

“Não há dúvida que os números oficiais da Itália subestimam o tamanho real do fenômeno,” Livi Bacci diz.

‘Fator recessão’

Livi Bacci disse que enquanto o “fator recessão” tem levado muitos italianos ao exterior, passagens aéreas baratas e aumento da riqueza entre algumas pessoas também ajudou a movimentar trabalhadoes para outros países da UE.

Apenas uma pequena fração dos que se mudam para o exterior se registram nos consulados italianos locais dentro de semanas e alguns deles não o fazem por meses ou anos até que precisem tirar um documento, disse um professor de demografia da universidade de Florença, que escreveu o livro “A história conscisa da população mundial” em 2006.

Isto fica refletido nos números do Istat e explica porque eles diferem tanto dos outros conjuntos de dados, ele disse.

Entre os que agora estão dispostos a aumentar os números de italianos no exterior a procura de um emprego e um futuro melhor está Marco Antonielli, 28 anos, que se formou em economia em 2011 na universidade de Florença e trabalhou por um ano em um instituto de pesquisa sediado em Bruxelas antes de tentar conseguir um emprego em seu país.

“Eu enviei meu CV por toda parte na Itália, mas não funcionou e agora eu estou querendo trabalhar fora: Londres seria ideal,” ele disse. “E eu estou disposto a ter empregos mais humildes lá para ganhar um pouco de dinheiro antes de achar o emprego certo.”

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