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Israel tem 3ª eleição em menos de um ano. Alguém conseguirá desta vez?

Como nas últimas eleições, embate entre o Azul e Branco, de oposição, e o premiê Benjamin Netanyahu tem poucas chances de ter um vencedor claro

Benjamin Netanyahu e Benny Gantz: pesquisas eleitorais feitas antes da eleição mostram mais um empate (Montagem/Exame)

Benjamin Netanyahu e Benny Gantz: pesquisas eleitorais feitas antes da eleição mostram mais um empate (Montagem/Exame)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2020 às 06h11.

Última atualização em 2 de março de 2020 às 06h30.

São Paulo — Nos últimos dez meses, os israelenses foram às urnas duas vezes. A terceira está acontecendo nesta segunda-feira, 2, quando o país realiza nova eleição parlamentar para tentar encerrar a paralisia política que tem vigorado desde abril do ano passado.

Nas duas últimas eleições parlamentares, em abril e em setembro de 2019, nenhum dos partidos israelenses conseguiu conquistar a maioria dos assentos. E todas as tentativas de montar uma coalizão para formar governo falharam, levando a novas eleições.

Até aqui, ainda não há sinais de que o impasse vai terminar. As pesquisas eleitorais feitas antes da eleição mostram um empate entre o Likud, partido de direita do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a coalizão de centro-direita Azul e Branco, de Benny Gantz, ex-chefe das Forças de Defesa de Israel. Portanto, a possibilidade de o país ter de realizar uma quarta eleição não está descartada.

Embora Netanyahu esteja à frente do governo desde 2009 (e antes entre 1996 e 1999), é historicamente difícil formar um governo em Israel. O país tem hoje nove coalizões e dezenas de partidos com cadeiras no Knesset, o Parlamento israelense, entre centro, direita e árabes. Com o aumento dos questionamentos acerca de Netanyahu, a oposição se fortaleceu o suficiente para ameaçá-lo pela primeira vez em anos, mas não o bastante para ganhar a maioria. E tanto o Azul e Branco quanto o Likud vem persuadindo seus aliados a não apoiarem o governo do rival.

Uma dúvida é como os eleitores vão reagir às acusações de corrupção contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Ele é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança em três casos que começarão a ser julgados já no próximo dia 17 de março. Nas últimas duas eleições, havia apenas acusações contra ele, e não um julgamento concreto.

Como nos dois últimos pleitos, a campanha eleitoral vem sendo de intensas acusações. Enquanto a oposição aposta nos casos de corrupção de Netanyahu, o Likud é acusado de espalhar notícias falsas sobre os casos de coronavírus e as formas de infecção pela doença para convencer eleitores a não irem às urnas (Israel tem dez casos da doença confirmados). O caso ficou tão grande que a polícia de Israel e o Ministério da Saúde montaram uma força específica sobre esse tema para o pleito de hoje.

Também serão as primeiras eleições realizadas depois de o presidente americano, Donald Trump, apresentar um plano de paz para o conflito entre palestinos e israelenses que reconhece os assentamentos de Israel em partes da Cisjordânia e permite que Israel anexe parte do território palestino. O plano tem sido criticado pela comunidade árabe que vive no país, e é possível que acabe influenciando o resultado das eleições de hoje. Se Netanyahu ou Gantz saírem vitoriosos desta vez, eles terão de decidir se vão colocar o plano de Trump em andamento. As urnas fecham por volta das 19h (horário de Brasília) em Israel.

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