Esplanada das Mesquitas: o lugar é um contínuo foco de tensão e durante as últimas semanas as autoridades israelenses impediram a entrada dos muçulmanos menores de 50 anos (David Silverman/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2015 às 10h09.
Jerusalém - As autoridades israelenses permitiram nesta sexta-feira a entrada sem restrições à Esplanada das Mesquitas pela primeira vez durante a atual escalada de violência em Israel e Palestina, informou a polícia.
A porta-voz policial Luba Smari garantiu que hoje, dia da reza muçulmana, a jornada de orações "terminou sem exceções e com a participação de cerca de 30 mil fiéis (...) Não houve restrições de idade para a entrada".
A Esplanada das Mesquitas está situada em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967, e acolhe a Mesquita de al-Aqsa, que a transforma no terceiro lugar mais sagrado para o islã (que o conhece como Nobre Santuário), enquanto é considerado o primeiro pelo judaísmo, que o denomina de Monte do Templo por marcar o local dos antigos templos de Jerusalém.
O lugar é um contínuo foco de tensão e durante as últimas semanas as autoridades israelenses impediram a entrada dos muçulmanos menores de 50 anos.
O levantamento das restrições foi visto como um esforço israelense para diminuir a violência na jornada posterior ao encontro entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu e o secretário de Estado americano, John Kerry, para abordar a situação.
A polícia também apontou que mantém desdobrado um amplo dispositivo de segurança em Jerusalém, em particular em sua parte leste.
Os palestinos, por sua vez, realizam hoje uma nova 'Jornada da Ira' convocada pelo movimento islamita Hamas que pediu que todos os cidadãos da Cisjordânia e de Gaza "confrontem as forças do Exército israelense", convocação que costuma ser secundada depois da oração do meio-dia.
Por enquanto, um soldado israelense ficou ferido em um ataque na Cisjordânia, perto do bloco de assentamentos de Gush Etzion, e o atacante foi atingido por disparos na perna, informou a polícia.
Desde 1 de outubro morreram 52 palestinos -cerca da metade deles em agressões a israelenses em sua imensa maioria com arma branca-, nove israelenses, um eritreu e um palestino com nacionalidade israelense, em ataques e distúrbios.