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Israel intensifica bombardeios na Faixa de Gaza

Em Gaza, 83 palestinos morreram nos ataques israelenses desde segunda-feira, incluindo 17 menores de idade. No sul de Israel, sete pessoas morreram, incluindo uma criança de seis anos

Conflito em Gaza é o mais intenso em sete anos (AFP/AFP)

Conflito em Gaza é o mais intenso em sete anos (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 13 de maio de 2021 às 10h18.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 17h40.

A escalada da violência entre Israel e Hamas aumenta nesta quinta-feira (13) em duas frentes: intensificação dos bombardeios na Faixa de Gaza, de onde os movimentos palestinos prosseguem com os lançamentos de foguetes na direção do território israelense, e os distúrbios em várias cidades símbolos, até então, da convivência árabe-israelense.

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, ordenou uma grande mobilização de forças de segurança nestas cidades em que moram israelense e palestinos com cidadania israelense. Segundo ele, o objetivo é lutar contra a violência interna registrada nos últimos dias.

Apesar dos apelos da comunidade internacional pelo fim da violência, centenas de projéteis voltaram a sobrevoar o céu da Faixa de Gaza.

Os aviões de Israel bombardearam vários alvos, apresentados como posições vinculadas ao Hamas, o movimento islamita que controla o território palestino.

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Em Gaza, 83 palestinos morreram nos ataques israelenses desde segunda-feira, incluindo 17 menores de idade, e 487 pessoas ficaram feridas, informou o Ministério da Saúde da Faixa.

Fontes militares israelenses disseram ter bombardeado Gaza em mais de 600 ocasiões desde segunda-feira. Os movimentos armados palestinos lançaram mais de 1.600 foguetes, partindo da Faixa contra Israel.

Pouco depois da meia-noite, os alertas de foguetes foram acionados no sul do país. O mesmo aconteceu na metrópole de Tel Aviv, pela primeira vez desde o início da escalada na segunda-feira, assim como na região norte. Todos os voos com destino ao aeroporto internacional desta cidade foram desviados até novo aviso.

No sul de Israel, sete pessoas morreram, incluindo uma criança de seis anos, depois que um foguete atingiu sua residência, informaram as equipes de emergência.

Ao mesmo tempo, a aviação israelense bombardeou posições do Hamas na Faixa de Gaza - território palestino com dois milhões de habitantes sob bloqueio de Israel -, incluindo locais relacionados com operações de "contraespionagem" do grupo islamita e a residência de Iyad Tayeb, um dos comandantes do movimento.

Na quarta-feira (12), o grupo islamita anunciou a morte do comandante de seu braço militar para a cidade de Gaza, a principal do território palestino.

A aviação israelense destruiu um edifício de mais de dez andares que abrigava os escritórios da rede de televisão palestina Al Aqsa, criada pelo Hamas.

A violência das hostilidades entre Israel e os grupos armados de Gaza atingiu seu nível mais crítico em sete anos, após os confrontos em Jerusalém Oriental na Esplanada das Mesquitas, um local muito sensível para muçulmanos e judeus.

Distúrbios nas cidades "mistas"

Em paralelo aos bombardeios, são registrados cada vez mais distúrbios nas cidades chamadas de "mistas", onde convivem israelenses e palestinos que têm cidadania israelense.

"A violência dentro de Israel atingiu um nível inédito em décadas", declarou o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, à AFP.

Ele informou que quase mil agentes da guarda de fronteira foram mobilizados para conter a violência. Mais de 400 pessoas foram detidas.

(Menahem KAHANA/AFP)

Em Lod, uma cidade industrial onde 40% da população é palestina com cidadania israelense, ou seja, descendentes dos palestinos que permaneceram em suas terras em 1948, após a criação do Estado de Israel, a tensão disparou entre jovens árabes e grupos de judeus extremistas.

"O que está acontecendo nos últimos dias nas cidades de Israel é insuportável (...) nada justifica este linchamento de árabes pelos judeus e nada justifica o linchamento de judeus pelos árabes", declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, antes de afirmar que Israel enfrenta um "combate em duas frentes".

ONU

Com a intensificação dos combates, o Conselho de Segurança da ONU terá uma nova reunião nesta sexta-feira (14), a terceira em uma semana.

Durante as duas primeiras videoconferências, os representantes dos Estados Unidos não aceitaram uma declaração conjunta para pedir o fim dos confrontos, por considerá-la "contraprodutiva" neste momento, segundo fontes diplomáticas.

Washington anunciou, porém, o envio de um emissário a Israel e aos Territórios Palestinos ocupados para estimular uma "desescalada", enquanto Moscou pediu uma reunião do Quarteto para o Oriente Médio, formado por representantes da União Europeia (UE), da Rússia, dos Estados Unidos e da ONU.

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Apesar da informação, Netanyahu, que conversou por telefone com o presidente americano, Joe Biden, disse que pretende "seguir" bombardeando para enfraquecer a capacidade militar do Hamas.

O presidente palestino, Mahmud Abbas - que está na Cisjordânia, cenário de protestos, distúrbios e ataques contra as forças israelenses que deixaram três mortos na terça-feira (11) -, conversou com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, para pedir que ajude a obter o "fim dos ataques israelenses".

Blinken expressou a "necessidade de acabar com os ataques de foguetes e de reduzir as tensões".

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