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Israel gasta US$ 60 milhões por dia com ofensiva em Gaza

Governo israelense gasta US$ 60 milhões por dia com sua ofensiva militar em Gaza, que pode ser a mais cara dos últimos 10 anos


	Soldado israelense em Gaza: custo total dos 41 dias de combates superou US$ 2,5 bilhões
 (Mohamad Torokman/Reuters)

Soldado israelense em Gaza: custo total dos 41 dias de combates superou US$ 2,5 bilhões (Mohamad Torokman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 10h38.

Jerusalém - O governo de Israel gasta US$ 60 milhões por dia com sua ofensiva militar em Gaza, que, segundo especialistas, poderia se transformar na mais cara dos últimos dez anos, informou nesta sexta-feira o jornal local "Ha"aretz".

Segundo a fonte, que cita autoridades do Ministério da Defesa de Israel, o custo total dos 41 dias de bombardeios e combates sobre a Faixa superou o valor de US$ 2,5 bilhões na última quarta-feira, número que já supera os custos da ofensiva realizada em 2006 no Líbano.

No entanto, em uma comparação de valores diários, o Exército teria gasto menos dinheiro nos combates contra o movimento islamita Hamas do que contra o grupo xiita libanês Hezbollah, já que os custos diários da atual ofensiva foram reduzidos de maneira significativa após o término da operação terrestre.

O custo da atual ofensiva em Gaza, segundo os responsáveis pelo Tesouro israelense, também seria bem menor que o trabalhado pelo Ministério da Defesa, algo em torno de US$ 565 milhões.

Fontes de defesa indicaram ao jornal progressista que essa divergência se deve ao fato deles também contabilizarem o valor do material bélico que foi danificado, assim como os equipamentos que necessitam ser reparados, um custo que gira em torno de US$ 281 milhões.

Além disso, as despesas para atender os feridos e os familiares dos soldados caídos no campo de batalha também devem ser contabilizadas, um custo que o Exército suspeita que o Ministério das Finanças não tenha levado em consideração.

O jornal também assinala que, mesmo após o fim da operação terrestre, o Exército continua usando muitos oficiais da reserva, tendo em vista que um reservista, sem incluir as despesas militares, custa "US$ 133 diários em média".

Segundo os cálculos do Ministério da Defesa de Israel, as compensações pecuniárias para os 60 mil reservistas mobilizados pelo Exército desde o início da ofensiva gira em torno de US$ 8,6 milhões por dia.

O assunto da despesa de Defesa já era tema de discussão antes da ofensiva, tendo em vista que o Exército pediu US$ 2,66 bilhões extras para 2015, o que elevou seu orçamento anual para mais de US$ 17,4 bilhões.

Embora os especialistas não acreditem que tal despesa debilitará a economia israelense, todos temem que este gasto represente uma diminuição dos investimentos sociais nos próximos três anos.

"As demandas do Exército são tão grandes que os funcionários do Tesouro temem que o orçamento dos próximos três anos fique subjugado às necessidades militares em detrimento da despesa civil", afirmou um especialista consultado pelo jornal.

"O problema se agrava pela preocupação que existe sobre a possibilidade dos impostos recolhidos serem menores, o que provocaria uma desaceleração da economia. Isso sem falar em uma possível guerra de desgaste com o Hamas", completou.

Diante desta situação, o Ministério das Finanças já advertiu o Exército sobre a necessidade de conter gastos e introduzir mudanças estruturais, já que, como não há reservas, o aumento do orçamento do próximo ano poderia significar cortes em educação, saúde e infraestruturas.

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