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Israel garante que Palestina será maior vítima de boicote

Boicote por parte da União Europeia atinge produtos fabricados nas colônias da Cisjordânia

Manifestantes seguram uma faixa em que se lê: "Solidariedade ao povo palestino: Boicote a Israel", durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza (Gerard Julien/AFP)

Manifestantes seguram uma faixa em que se lê: "Solidariedade ao povo palestino: Boicote a Israel", durante um protesto contra a ofensiva israelense em Gaza (Gerard Julien/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 17h13.

Jerusalém - Empresários de Israel lançaram uma campanha contra o boicote por parte da União Europeia de alguns produtos israelenses fabricados nas colônias da Cisjordânia, ao explicar que os palestinos serão os primeiros afetados pela iniciativa.

O presidente da Associação de Industriais, principal organização patronal, considerado "patrão dos patrões" israelenses, Zvi Oren, escreveu a cerca de trinta homólogos europeus e palestinos para adverti-los para o impacto de um boicote no mercado de trabalho dos palestinos.

Segundo estatísticas da associação, 22.500 palestinos estão empregados nas colônias da Cisjordânia. Desses, 6.000 trabalham em 600 indústrias que pertencem a israelenses. O restante trabalha na construção e na agricultura. De acordo com a mesma fonte, 28.250 palestinos trabalham legalmente em Israel e cerca de 20.000, no mercado negro.

"É evidente que, se as empresas situadas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental forem afetadas por um boicote, seus funcionários palestinos serão prejudicados", afirma à AFP Dany Catarivas, responsável pela sessão internacional da Associação.

Em sua carta, Zvi Oren pede aos colegas europeus "assistência e apoio para convencer as comunidades empresariais de seus países a não recorrerem a meios econômicos para punir os industriais e exportadores israelenses".

"Tais ações afetarão nossa região em termos de empregos e crescimento, tanto do lado israelense como do palestino", afirma Zvi Oren, que destina seu apelo a associações patronais francesas, britânicas, alemãs, espanholas, portuguesas e holandesas.

A iniciativa acontece depois de a União Europeia ter proibido a exportação de carne de frango e de produtos lácteos das colônias israelenses. A medida está prevista para entrar em vigor no dia 1º de setembro.

As orientações da Comissão Europeia neste sentido, que datam de fevereiro, aplicam-se às colônias e às zonas industriais que produzem carne de frango e lacticínios em Jerusalém Oriental, em Golã e na Cisjordânia. A comunidade internacional considera ilegais as colônias judaicas estabelecidas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

A campanha "BDS" - "Boicote, Desinvestimento, Sanções" - foi intensificada no exterior com a guerra na Faixa de Gaza, iniciada em 8 de julho e que causou a morte de mais de 2.100 palestinos, na maioria civis.

Entretanto, dos 45 bilhões de dólares de exportações anuais israelenses, apenas o equivalente a 200 a 300 milhões são provenientes das colônias -menos de 0,5%. Por isso, o boicote teria um impacto "insignificante", segundo Dany Catarivas.

"Mas não se pode desprezar as convocações ao boicote, que agora afetam os produtos das colônias, mas que podem se estender algum dia a uma campanha que atinja todos os produtos israelenses".

O acordo de livre comércio entre Israel e UE exclui os produtos procedentes das colônias, que devem pagar impostos, o que não ocorre com os produtos fabricados em território israelense.

A colonização israelense nos territórios palestinos é um dos maiores obstáculos nas negociações de paz entre Israel e Palestina.

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