Mundo

Israel examina caso de preso palestino em greve de fome

Antes do início da audiência, o executivo israelense e os defensores de Allan buscavam uma solução para a salvar a vida do preso


	Mulher protesta pela liberdade de Mohamed Allan: em greve de fome há 2 meses, recuperou a consciência na terça-feira e deu 24 horas a Israel para que resolva seu caso
 (Reuters/ Mohamad Torokman)

Mulher protesta pela liberdade de Mohamed Allan: em greve de fome há 2 meses, recuperou a consciência na terça-feira e deu 24 horas a Israel para que resolva seu caso (Reuters/ Mohamad Torokman)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2015 às 14h22.

O Supremo Tribunal israelense estudava nesta quarta-feira o pedido de liberdade de Mohamed Allan, um preso palestino em greve de fome, cuja vida corre perigo e que deixa o governo de Israel em uma situação muito delicada.

Antes do início da audiência, o executivo israelense e os defensores de Allan buscavam uma solução para a salvar a vida do preso.

Allan, em greve de fome há dois meses, recuperou a consciência na terça-feira e deu 24 horas a Israel para que resolva seu caso, sob pena de rejeitar qualquer bebida ou cuidado médico, segundo informou a associação de prisioneiros palestinos.

Ao despertar, depois de vários dias em coma, Allan disse a seus médicos que continuará em greve de fome até conseguir sua libertação e que, "se não houver uma solução para seu caso em 24 horas, pedirá que cessem todos os cuidados médicos e deixará de beber água", informou a associação que o apoia em um comunicado.

Um médico do hospital de Ashkelon, onde o palestino está internado, informou na segunda-feira que o detento provavelmente não sobreviveria se retomasse a greve de fome depois de sair do coma.

Até o momento ele se negava a receber tratamento médico e a ser alimentado, mas bebia água. Caso deixe de beber água, seus dias estarão contados.

Allan, um advogado de 31 anos que a Jihad Islâmica - movimento considerado "terrorista" por Israel - apresenta como um de seus integrantes, foi detido em novembro do ano passado e iniciou a greve de fome em 18 de junho para denunciar a renovação de sua detenção administrativa.

Este dispositivo de lei permite às autoridades israelenses deter palestinos por um período de seis meses, renovável, sem a necessidade de uma acusação legal.

A Jihad Islâmica advertiu que se Allan morrer, o grupo vai considerar quebrada a trégua vigente com Israel.

O destino do advogado mobilizou a opinião pública palestina e aumentou as pressões internacionais sobre as condições carcerárias em Israel.

Para evitar o risco de que um falecimento possa provocar uma crise nos territórios ocupados, o Parlamento israelense aprovou uma lei no fim de julho que permite alimentar à força um detento em greve de fome.

O governo de Israel poderia aplicar esta nova legislação pela primeira vez no caso Allan. Mas a prática é criticada por organizações de defesa dos direitos humanos, que a consideram algo próximo da tortura.

A associação que representa os médicos israelenses é contrária à opção.

Na segunda-feira, o governo israelense propôs a libertação de Allan se ele aceitasse um exílio de quatro anos. Mas o advogado do palestino rejeitou categoricamente a sugestão.

Acompanhe tudo sobre:IsraelPalestinaPrisões

Mais de Mundo

Presidente de Honduras nomeia nova ministra da Defesa após escândalo de drogas

Onda de protestos toma Israel após descoberta de corpos de reféns em Gaza

Turismo na Itália: Governo estuda cobrar 25 euros por noite para combater excesso de visitantes

Venezuela liberta adolescentes detidos em protestos após eleições

Mais na Exame