Redação Exame
Publicado em 23 de novembro de 2024 às 10h02.
Um ataque aéreo israelense destruiu um edifício residencial no centro de Beirute neste sábado, 23, deixando pelo menos 19 mortos e dezenas de feridos. A ofensiva ocorre em meio a uma escalada de violência que envolve Israel, Hezbollah e Hamas, dois grupos apoiados pelo Irã, considerado inimigo estratégico de Israel.
Israel também realizou bombardeios na Faixa de Gaza, atacando três regiões durante a madrugada e a manhã. De acordo com a Defesa Civil palestina, 19 pessoas morreram em Gaza como resultado dos ataques aéreos e de artilharia.
O governo israelense mantém a justificativa de que os alvos são “centros de comando terrorista” e locais estratégicos utilizados pelo Hezbollah no Líbano e pelo Hamas na Faixa de Gaza.
No centro de Beirute, um prédio residencial de oito andares foi reduzido a escombros no bairro densamente povoado de Basta. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 11 pessoas morreram e 63 ficaram feridas. Equipes de resgate continuam trabalhando para localizar sobreviventes sob os escombros.
A agência de notícias libanesa NNA classificou o ataque como um “massacre”, destacando que cinco mísseis foram disparados contra a edificação.
Os bombardeios também atingiram subúrbios ao sul da capital libanesa, uma área controlada pelo Hezbollah, próximo ao aeroporto internacional.
Os ataques refletem a escalada do conflito entre Israel e o Hezbollah, que há mais de um ano tem lançado foguetes contra o território israelense. Israel, por sua vez, tem realizado operações para neutralizar o grupo e proteger comunidades na fronteira norte, de onde mais de 60 mil pessoas foram deslocadas.
Na Faixa de Gaza, a situação é ainda mais crítica. O enclave governado pelo Hamas desde 2007 enfrenta uma grave crise humanitária desde outubro de 2023, quando Israel lançou uma ofensiva após um ataque do Hamas que matou 1.206 pessoas em território israelense e resultou no sequestro de 251 reféns.
Os bombardeios ocorrem dias após a visita do emissário americano Amos Hochstein ao Líbano e a Israel, que buscava intermediar um cessar-fogo. Enquanto isso, os ministros das Relações Exteriores do G7 preparam-se para discutir as recentes ordens de prisão emitidas pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes israelenses e do Hamas.