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Israel congela transferência de impostos para palestinos

Israel também suspendeu sua participação no desenvolvimento de um campo de gás ao longo da Faixa de Gaza adjacente a um campo israelense


	Premiê israelense, Benjamin Netanyahu: medidas foram anunciadas aos palestinos pelo chefe da administração militar israelense nos Territórios Palestinos (Pool/AFP)

Premiê israelense, Benjamin Netanyahu: medidas foram anunciadas aos palestinos pelo chefe da administração militar israelense nos Territórios Palestinos (Pool/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 19h03.

Israel congelou a transferência de impostos aos palestinos, como parte de uma série de novas sanções em represália a seus pedidos de adesão a 15 tratados e convenções internacionais, anunciou nesta quinta-feira à AFP uma autoridade do governo israelense.

"Decidiu-se congelar o envio dos impostos coletados por Israel para a conta da Autoridade Palestina", declarou esse alto funcionário que não quis ter sua identidade revelada.

Israel também suspendeu sua participação no desenvolvimento de um campo de gás ao longo da Faixa de Gaza adjacente a um campo israelense, um projeto prometido há vários anos por Tony Blair, enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio (ONU, EUA, UE e Rússia).

O Estado hebreu vai suspender os depósitos bancários palestinos em suas instituições financeiras, acrescentou essa autoridade, indicando que as decisões foram tomadas depois das "violações flagrantes dos acordos concluídos" entre as duas partes.

"Israel indica que as negociações mediadas pelos Estados Unidos serão mantidas para tentar resolver a crise" atual, afirmou.

Essas medidas foram anunciadas aos palestinos pelo chefe da administração militar israelense nos Territórios Palestinos, segundo a mesma fonte.

O montante depositado para a Autoridade Palestina, referente às taxas aduaneiras e ao imposto sobre valor agregado cobrado sobre as mercadorias que passam por Israel, chega em média a cerca de 80 milhões de euros por mês.


Essas taxas representam mais de dois terços das receitas orçamentárias da Autoridade e contribuem para o pagamento de mais de 150.000 funcionários públicos e para arcar com os custos de funcionamento dos ministérios.

As duas partes intensificaram os gestos de hostilidade desde que Israel se recusou a libertar, como previsto no dia 29 de março, um quarto e último contingente de prisioneiros. O governo israelense exigia uma prolongação das negociações de paz para além do dia 29 de abril.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, respondeu assinando no dia 1º de abril os pedidos de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais, por considerar que as novas exigências impostas por Israel para essas libertações desrespeitavam o compromisso alcançado entre as duas partes.

Segundo o acordo concluído em julho de 2013, sob supervisão dos Estados Unidos, Israel se comprometia a libertar em quatro fases 104 pessoas presas em Israel há mais de 20 anos.

Em contrapartida, a direção palestina havia aceitado suspender até o fim das negociações qualquer processo de adesão a organizações internacionais, incluindo as instâncias judiciais internacionais capazes de processar Israel.

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