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Israel autoriza muçulmanos a orar em Al-Aqsa

País permitiu que milhares de muçulmanos participassem plenamente da grande oração semanal na Esplanada das Mesquitas

Palestino protestam contra visitas de judeus em mesquita de al-Aqsa, na Faixa de Gaza (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 18h59.

Pela primeira vez em muito tempo, Israel permitiu que milhares de muçulmanos participassem plenamente da grande oração semanal na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, com a intenção de diminuir a tensão religiosa na zona.

Os fiéis, 40 mil homens e mulheres de todas as idades de acordo com a polícia, entraram pelos diferentes acessos da esplanada, respondendo ao chamado para a oração. Eles lotaram a mesquita de Al-Aqsa, onde ficam os homens, e o Domo da Rocha, as mulheres.

Por falta de espaço no interior da mesquita sagrada, milhares de muçulmanos estenderam seus tapetes de oração no chão da esplanada, antes de partir, sem registro de incidentes, no final da oração - de acordo com a correspondente da AFP no local.

"Faz quatro meses que eu tenho sido proibido de orar na sexta-feira em Al-Aqsa, mesmo durante o mês sagrado do Ramadã", contou Amir, de 18 anos. "A cada tentativa, havia um policial druso, um árabe como eu, para me proibir de orar", reclamou.

Uma palestina de 60 anos relatou seu medo de ir a este local sagrado nas últimas semanas. Hoje, tirou uma foto em frente à Cúpula da Rocha. "Vou enviá-la para meus filhos na Alemanha... Finalmente venho para orar em Al-Aqsa", comemorou.

A polícia israelense se manteve presente em grande número nas portas e na Cidade Velha, com vista para a esplanada. Mas se contentou em realizar controles esporádicos.

Hoje, o governo americano comemorou o fim das restrições, considerado um "passo positivo" pelos Estados Unidos.

"Este é um acontecimento importante, que certamente saudamos", disse à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.

"Foi um passo positivo para manter o 'status quo' do lugar", completou, acrescentando, porém, que não há planos para retomar as conversas sobre um acordo de paz entre ambas as partes.

Engajamentos

Jerusalém Oriental, na parte palestina da Cidade Sagrada ocupada e anexada por Israel, está dominada por um clima de tensão. O estatuto da Esplanada das Mesquitas catalisa a revolta palestina.

O fim do limite de idade foi decidido após uma reunião na Jordânia, na quinta-feira, entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

No encontro, os dois assumiram "compromissos firmes", segundo o chefe da diplomacia americana, para tentar reduzir a tensão em Jerusalém Oriental.

"Não há limite de idade no Monte do Templo. Esperamos um dia de calma e tranquilidade", declarou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

O porta-voz usou o nome judeu para o local da Cidade Antiga que foi cenário de muitos confrontos nos últimos meses.

Rosenfeld vinculou a decisão de eliminar as restrições à reunião de quinta-feira entre Kerry e Netanyahu.

Após os encontros com o presidente palestino, Mahmud Abbas, o premiê Netanyahu e com o rei Abdullah II, da Jordânia, cujo país administra a Esplanada, Kerry revelou à imprensa que foram obtidos "firmes compromissos" para se manter o "status quo" em Jerusalém Oriental anexada por Israel.

Risco de incêndio

Cada um se comprometeu com realizar "ações construtivas, adotar medidas reais, não retóricas", para garantir que as tensões "não se transformem em um incêndio fora de controle", disse ele, sem detalhar estas medidas.

A esplanada é o terceiro local mais sagrado no Islã, mas também é sagrado para os judeus. Nesta sexta-feira, o imã pregou contra a "agressão israelense" e acusou Israel de buscar "uma escalada que pode levar à explosão".

Recentemente, extremistas judeus intensificaram suas visitas ao local, provocando confrontos violentos que levaram ao fechamento da esplanada por um dia.

Combinados com a violência diária em Jerusalém Oriental, com uma série de ataques anti-israelenses mortais e distúrbios na Cisjordânia ocupada, os confrontos fazem Israel temer uma terceira Intifada (levante palestino).

As medidas acordadas em Amã serão um "teste" das intenções reais dos israelenses e dos palestinos, segundo Kerry.

A situação continua tensa na Cidade Santa, depois de confrontos à noite em Esauiya. Israel fechou três dos quatro acessos que levam ao bairro localizado em frente ao monte Scopus, enclave israelense em Jerusalém Oriental. Os moradores denunciam um estado de "cerco".

Um menino palestino teve de ser internado de urgência, após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial em Esauiya.

Nesse contexto, a destruição anunciada das casas de autores de ataques anti-israelenses recentes pode prejudicar ainda mais a situação.

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Pela primeira vez em muito tempo, Israel permitiu que milhares de muçulmanos participassem plenamente da grande oração semanal na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, com a intenção de diminuir a tensão religiosa na zona.

Os fiéis, 40 mil homens e mulheres de todas as idades de acordo com a polícia, entraram pelos diferentes acessos da esplanada, respondendo ao chamado para a oração. Eles lotaram a mesquita de Al-Aqsa, onde ficam os homens, e o Domo da Rocha, as mulheres.

Por falta de espaço no interior da mesquita sagrada, milhares de muçulmanos estenderam seus tapetes de oração no chão da esplanada, antes de partir, sem registro de incidentes, no final da oração - de acordo com a correspondente da AFP no local.

"Faz quatro meses que eu tenho sido proibido de orar na sexta-feira em Al-Aqsa, mesmo durante o mês sagrado do Ramadã", contou Amir, de 18 anos. "A cada tentativa, havia um policial druso, um árabe como eu, para me proibir de orar", reclamou.

Uma palestina de 60 anos relatou seu medo de ir a este local sagrado nas últimas semanas. Hoje, tirou uma foto em frente à Cúpula da Rocha. "Vou enviá-la para meus filhos na Alemanha... Finalmente venho para orar em Al-Aqsa", comemorou.

A polícia israelense se manteve presente em grande número nas portas e na Cidade Velha, com vista para a esplanada. Mas se contentou em realizar controles esporádicos.

Hoje, o governo americano comemorou o fim das restrições, considerado um "passo positivo" pelos Estados Unidos.

"Este é um acontecimento importante, que certamente saudamos", disse à imprensa a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.

"Foi um passo positivo para manter o 'status quo' do lugar", completou, acrescentando, porém, que não há planos para retomar as conversas sobre um acordo de paz entre ambas as partes.

Engajamentos

Jerusalém Oriental, na parte palestina da Cidade Sagrada ocupada e anexada por Israel, está dominada por um clima de tensão. O estatuto da Esplanada das Mesquitas catalisa a revolta palestina.

O fim do limite de idade foi decidido após uma reunião na Jordânia, na quinta-feira, entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

No encontro, os dois assumiram "compromissos firmes", segundo o chefe da diplomacia americana, para tentar reduzir a tensão em Jerusalém Oriental.

"Não há limite de idade no Monte do Templo. Esperamos um dia de calma e tranquilidade", declarou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

O porta-voz usou o nome judeu para o local da Cidade Antiga que foi cenário de muitos confrontos nos últimos meses.

Rosenfeld vinculou a decisão de eliminar as restrições à reunião de quinta-feira entre Kerry e Netanyahu.

Após os encontros com o presidente palestino, Mahmud Abbas, o premiê Netanyahu e com o rei Abdullah II, da Jordânia, cujo país administra a Esplanada, Kerry revelou à imprensa que foram obtidos "firmes compromissos" para se manter o "status quo" em Jerusalém Oriental anexada por Israel.

Risco de incêndio

Cada um se comprometeu com realizar "ações construtivas, adotar medidas reais, não retóricas", para garantir que as tensões "não se transformem em um incêndio fora de controle", disse ele, sem detalhar estas medidas.

A esplanada é o terceiro local mais sagrado no Islã, mas também é sagrado para os judeus. Nesta sexta-feira, o imã pregou contra a "agressão israelense" e acusou Israel de buscar "uma escalada que pode levar à explosão".

Recentemente, extremistas judeus intensificaram suas visitas ao local, provocando confrontos violentos que levaram ao fechamento da esplanada por um dia.

Combinados com a violência diária em Jerusalém Oriental, com uma série de ataques anti-israelenses mortais e distúrbios na Cisjordânia ocupada, os confrontos fazem Israel temer uma terceira Intifada (levante palestino).

As medidas acordadas em Amã serão um "teste" das intenções reais dos israelenses e dos palestinos, segundo Kerry.

A situação continua tensa na Cidade Santa, depois de confrontos à noite em Esauiya. Israel fechou três dos quatro acessos que levam ao bairro localizado em frente ao monte Scopus, enclave israelense em Jerusalém Oriental. Os moradores denunciam um estado de "cerco".

Um menino palestino teve de ser internado de urgência, após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial em Esauiya.

Nesse contexto, a destruição anunciada das casas de autores de ataques anti-israelenses recentes pode prejudicar ainda mais a situação.

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