Islamitas rejeitam califado e renovam obediência à Al Qaeda
A Al Qaeda no Magreb Islâmico rejeitou o recente anúncio pelo Estado Islâmico de um califado entre o Iraque e a Síria
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 12h35.
Dubai - A Al Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi) rejeitou o recente anúncio pelo Estado Islâmico (EI), um grupo ultrarradical sunita, de um califado entre o Iraque e a Síria , informou nesta terça-feira o centro americano de observação dos sites islamitas SITE.
Em um comunicado, a Aqmi, uma das filiais mais perigosas da Al Qaeda, renovou sua obediência ao líder da rede extremista, Ayman al-Zawahiri, em conflito aberto com o chefe do EI, Abu Bakr Al-Baghdadi, que se autoproclamou califa dos muçulmanos em todo o mundo.
Aqmi critica o IE por ter proclamado seu califado "sem consultar os líderes dos mujahidenes", referindo-se aos grupos jihadistas, e questiona o que o grupo reserva aos emirados auto-proclamados, incluindo o "Emirado Islâmico no Afeganistão" e o "Emirado Islâmico do Cáucaso" ou aos ramos da Al Qaeda e outros grupos jihadistas.
Em seu comunicado, de 4 de julho, a Aqmi diz que "deseja um califado, seguindo a forma da profecia, com base na shura (consulta), e que procura unir os muçulmanos e salvar seu sangue".
"Ainda há tempo para corrigir os defeitos deste anúncio" de califado, acrescenta a Aqmi que apela os líderes jihadistas a agir normalmente "para preservar a unidade dos muçulmanos".
O pregador islâmico Abu Qatada, julgado por terrorismo na Jordânia, denunciou por sua vez o anúncio de califado pelo EI como "nulo e sem qualquer sentido, porque não foi aprovado pelos jihadistas em outras partes do mundo".
"Esse grupo não tem a autoridade para dirigir todos os muçulmanos e sua declaração é válida apenas para si mesmo", acrescentou Abu Qatada, por certo tempo considerado "o embaixador na Europa de (Osama) Bin Laden", o fundador da Al Qaeda, em um documento de 21 páginas publicado em sites jihadistas.
O EI, acusado de numerosas atrocidades, proclamou no final de junho um califado nos territórios que controla no norte da Síria e leste do Iraque.