Iraque entrega 188 menores de idade do Estado Islâmico à Turquia
Os menores de idade foram deixados no Iraque por famílias jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico
EFE
Publicado em 29 de maio de 2019 às 11h18.
Bagdá — As autoridades do Iraque entregaram à Turquia 188 menores de idade que foram deixados no país por famílias jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) em um ato que contou com a presença de organizações não governamentais e diplomatas, informou nesta quarta-feira o porta-voz do Conselho Supremo de Justiça, o juiz Abdel Sattar Bayraqdar, em comunicado.
"O Tribunal de Investigação Central, encarregado dos casos de terrorismo e dos acusados estrangeiros, entregou à Turquia 188 crianças deixadas pelo terrorista Estado Islâmico no Iraque ", afirmou.
Entre os entregues à Turquia , há "uma pequena porcentagem" de "maiores de idade", mas que foram deixados no Iraque quando eram menores, segundo o porta-voz. Estes menores foram acusados de "passar ilegalmente a fronteira" e já cumpriram a pena, esclareceu.
O porta-voz também ressaltou que no grupo há crianças que nasceram no califado autoproclamado pelo EI no Iraque em 2014, que se estendeu à Síria.
Na cerimônia estiveram presentes representantes e diplomatas do Iraque e da Turquia, além de organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), segundo a nota.
O porta-voz não especificou qual é o destino dos familiares destes 188 menores.
A operação de entrega é realizada duas semanas depois da visita à Turquia do primeiro-ministro iraquiano, Adil Abdul-Mahdi, onde se reuniu com o presidente Recep Tayyip Erdogan.
Desde que foi anunciada a libertação do Iraque do EI, em dezembro de 2017, as autoridades iraquianas abriram vários processos contra milhares de pessoas acusadas de se envolver com o grupo extremista durante a ocupação no país.
Nestes últimos dias, o Tribunal Penal de Bagdá condenou à pena de morte alguns estrangeiros, entre eles seis franceses, por serem parte do EI na Síria. Eles foram entregues às autoridades iraquianas pelas Forças da Síria Democrática (FSD).
As FSD são uma aliança armada liderada principalmente por curdos que comandaram a ofensiva final contra o EI no norte e no nordeste da Síria, fronteira com o Iraque, que terminou em 23 de março com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
As milícias curdas mantêm milhares de jihadistas estrangeiros e suas famílias detidos, entre eles mulheres e crianças que estão em campos de refugiados, e pediram aos países de origem que os repatriem.
Alguns países, como França, Cazaquistão e Suécia, já realizaram processos de repatriação dos menores que estavam na Síria.