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Irã, Rússia e Turquia consideram que saída dos EUA da Síria será positiva

Os três presidentes se reuniram pela primeira vez desde que os EUA anunciaram a retirada das suas tropas da Síria

Presidente do Irã, Hassan Rohani, presidente da Rússia, Vladimir Putin,e o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan (Murat Cetinmuhurdar/Turkish Presidential Press Office/Reuters)

Presidente do Irã, Hassan Rohani, presidente da Rússia, Vladimir Putin,e o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan (Murat Cetinmuhurdar/Turkish Presidential Press Office/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 15h26.

Sochi — Os presidentes de Rússia, Vladimir Putin; Irã, Hassan Rohani; e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, concordaram nesta quinta-feira em que a retirada dos soldados dos Estados Unidos do nordeste da Síria será positiva para o país.

"Consideramos todos que a aplicação dos planos (de retirada) seria um passo positivo que ajudaria a estabilizar a situação nesta parte da Síria, onde o controle do Governo legítimo deve ser restaurado", afirmou Putin na entrevista coletiva ao fim da reunião entre os três líderes hoje no balneário russo de Sochi, nas margens do mar Negro.

Erdogan disse que em todo caso não se sabe se "a retirada das tropas acontecerá realmente", algo também ressaltado por Putin, que afirmou que a situação interna dos EUA é tão complicada atualmente que poderia dificultar a saída da Síria, porque ainda não foram vistos grandes movimentos no terreno.

Caso ocorra a retirada, "a única solução seria transferir esses territórios para o Exército sírio", destacou o presidente russo.

Rohani, por sua vez, disse que não descarta que os EUA mantenham uma presença aérea na Síria.

"A decisão do presidente (americano, Donald) Trump, terá um grande impacto. Não deveria levar a um vazio de poder ou à dominação das milícias curdo-sírias YPG", aliadas dos EUA na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), afirmou Erdogan.

A Turquia considera as YPG terroristas devido a seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), guerrilha curda da Turquia, e quer acabar com o governo autônomo que as milícias curdas estabeleceram no norte da Síria.

"A Turquia não permitirá de maneira alguma a criação de um corredor terrorista nas suas fronteiras meridionais. E neste aspecto, esperamos o apoio de nossos parceiros de (o processo) Astana", destacou o presidente turco, em referência aos três países fiadores do cessar-fogo decretado na Síria em dezembro de 2016.

"Esperamos de nossos parceiros e aliados o estabelecimento de uma zona segura ali também", declarou Erdogan, admitindo que neste planejamento "é preciso levar em conta a integridade territorial da Síria".

Putin disse entender Erdogan, mas reiterou que para solucionar o problema ao longo da fronteira turco-síria existe o tratado de 1998 entre Síria e Turquia que rege a luta antiterrorista e que permite a Ancara sob certas circunstâncias adentrar em território sírio para perseguir os terroristas.

"Isto pode servir de base. Nossos serviços de segurança e nossas Forças Armadas cooperam estreitamente neste sentido. Acreditamos que, se avançarmos assim, teremos sucesso", disse Putin.

Os três presidentes, que se reuniram pela primeira vez no formato tripartite desde que Washington anunciou em dezembro a retirada das suas tropas da Síria, também abordaram a delicada situação em Idlib, única região importante ainda nas mãos das milícias rebeldes, e concordaram em "tomar medidas adicionais" para estabilizar a situação nessa província, afirmou Putin.

Na sua declaração conjunta, os três líderes concordaram em dar "passos para reduzir as violações na área de diminuição das tensões" em Idlib, as quais, esclareceu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, se referem a eliminar os terroristas e não as operações militares.

Rohani se mostrou por outro lodo preocupado com os planos a longo prazo dos EUA na Síria.

"No que se refere ao leste do rio Eufrates, os EUA estão lá. Preocupa-nos que haja um complô a longo prazo contra a Síria nessa região ", disse o presidente iraniano.

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