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Irã pode produzir urânio para bomba atômica até 2014

A Agência Internacional de Energia Atômica expressou o temor de que o programa nuclear do Irã tenha uma dimensão militar


	AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica): até meados de 2014, o Irã teria tempo suficiente para conseguir uma instalação secreta de enriquecimento de urânio.
 (Alexander Klein/AFP)

AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica): até meados de 2014, o Irã teria tempo suficiente para conseguir uma instalação secreta de enriquecimento de urânio. (Alexander Klein/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 15h13.

Washington - O Irã pode produzir urânio num grau de enriquecimento suficiente para uma ou mais bombas nucleares até meados de 2014, e os Estados Unidos e seus aliados deveriam intensificar as sanções contra Teerã antes que esse ponto seja atingido, disse um relatório divulgado por um grupo de especialistas norte-americanos em não proliferação.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também deveria declarar de maneira clara que os Estados Unidos vão agir militarmente para evitar que o Irã adquira uma arma nuclear, afirma o relatório.

A agência nuclear da Organização das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica, expressou o temor de que o programa nuclear do Irã tenha uma dimensão militar. Teerã, que diz que seu programa nuclear tem propósitos energéticos pacíficos, diz que essas alegações não têm fundamento.

O relatório de 154 páginas, "Estratégia Norte-americana de Não Proliferação para o Oriente Médio em Transformação", produzido por cinco especialistas em não proliferação, deve ser divulgado nesta segunda-feira.

"Tendo por base a trajetória atual do programa nuclear do Irã, estimamos que o Irã possa atingir a capacidade crítica em meados de 2014", diz o relatório.

O documento define "capacidade crítica" como o ponto em que o Irã será capaz de produzir suficiente urânio enriquecido em um grau que pode ser usado em armas para uma ou mais bombas sem a detecção do Ocidente.

Até meados de 2014, o Irã teria tempo suficiente para conseguir uma instalação secreta de enriquecimento de urânio ou para aumentar de forma significativa o número de centrífugas para seu programa nuclear, disse David Albright, um dos co-presidentes do projeto e presidente do Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional.


"Não achamos que exista nenhuma usina secreta de enriquecimento fazendo um enriquecimento secreto de urânio significativo agora", ele disse à Reuters. Mas há um "temor verdadeiro" de que o Irã possa construir tal usina, disse.

O relatório recomenda que os Estados Unidos e seus aliados intensifiquem a pressão de sanções sobre o Irã antes desse ponto porque assim que Teerã adquirir urânio no grau de armas será "bem mais difícil parar o programa militarmente".

O relatório recomenda que o governo norte-americano anuncie suas intenções de usar as sanções para impor um "embargo internacional de facto sobre todos os investimentos no, e negócios com o" Irã se Teerã não cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Também recomenda o envio de uma mensagem "muito clara" aos líderes iranianos de que uma ação militar norte-americana iria evitar que eles obtivessem uma arma nuclear.

"O presidente deveria declarar explicitamente que usará a força militar para destruir o programa nuclear do Irã se o Irã der passos decisivos adicionais em direção à produção de uma bomba", dizia o relatório.

Sobre a guerra civil na Síria, o relatório dizia que o governo norte-americano deveria enfatizar para a oposição que está tentando derrubar o presidente Bashar al-Assad que, quando chegar ao poder, terá que trabalhar com a comunidade internacional para destruir o estoque de armas químicas de Assad.

Não fazê-lo levaria a sanções e outras medidas em uma época em que um novo governo vai precisar de assistência externa para consolidar o controle e desenvolver a economia, disse o relatório.

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