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Irã nega ligação de luta contra EI com negociações nucleares

Irã desmentiu qualquer intenção de vincular sua participação na luta contra o Estado Islâmico a avanços nas negociações nucleares


	Trabalhadores iranianos em frente à usina nuclear de Bushehr
 (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)

Trabalhadores iranianos em frente à usina nuclear de Bushehr (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 13h21.

Teerã - O Irã desmentiu nesta quinta-feira qualquer intenção de vincular sua participação na luta contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque a avanços nas negociações nucleares com as grandes potências.

"As informações relativas às declarações do ministro (de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif) sobre o Irã e uma colaboração com os Estados Unidos em troca da anulação das sanções não são corretas", destacou a chancelaria em Teerã.

Segundo a TV estatal iraniana, Zarif afirmou que "se aceitarmos fazer algo no Iraque, a outra parte nas negociações deve fazer algo em troca".

"Ainda não está muito claro o que temos que fazer no Iraque, assim como não está o que (o grupo 5+1) tem que fazer. É, precisamente, a parte difícil", disse mais cedo o chanceler iraniano.

Ao comentar a declaração de Zarif, a chancelaria em Teerã destacou que "a questão (do Iraque) não foi evocada e esta informação não é válida".

A França, integrante do grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) que negocia com Teerã, pediu na quarta-feira que todos os países do Oriente Médio, incluindo o Irã, atuem juntos contra os jihadistas que conquistaram em alguns meses boa parte do território no Iraque e na Síria.

O Irã confirmou, por sua vez, que as negociações começaram com alguns países europeus para abordar a luta contra o EI.

Em sua declaração, Zarif também havia reafirmado o pedido para a suspensão de todas as sanções econômicas decretadas pela ONU, Estados Unidos e União Europeia para tentar parar o programa nuclear de Teerã, suspeito se querer se dotar de uma bomba atômica.

Segundo ele, o 5+1 "deve adotar uma resolução do Conselho de Segurança para levantar todas as sanções impostas ao Irã".

"Como ainda não fechamos nenhum acordo, o 5+1 não adotou nenhuma resolução. Mas se chegarmos a um acordo, será indispensável", afirmou.

As grandes potências e o Irã devem retomar suas negociações em setembro. As duas partes tentarão fechar até o dia 24 de novembro um acordo global que garanta o caráter exclusivamente pacífico do programa iraniano, em troca da suspensão das sanções internacionais.

Irã e Estados Unidos falaram brevemente da ofensiva jihadista no Iraque em junho, durante as negociações nucleares. Mas os dois países, que não têm relações diplomáticas há 34 anos, descartaram qualquer cooperação militar contra o EI.

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