Reator nuclear, no sul do Irã: se a AIEA receber respostas satisfatórias, que serão expostas em relatório, poderá entrar em vigor o histórico acordo nuclear entre Irã e seis grandes potências (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 09h29.
Viena - O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, confirmou nesta segunda-feira que técnicos iranianos tomaram provas ambientais em nome da agência nuclear da ONU na base de Parchin, ao sul de Teerã, onde existem suspeitas sobre o possível uso militar do programa nuclear iraniano.
Amano acrescentou à imprensa em Viena que "conseguiu um significante progresso na implementação do roteiro", ou seja, o acordo para esclarecer dúvidas sobre o programa nuclear iraniano.
O acordo entre Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), assinado em 14 de julho, prevê esclarecer todas as dúvidas da ONU daqui a 15 de outubro, para que Amano possa elaborar uma análise final até 15 de dezembro.
Só se a AIEA receber respostas satisfatórias, que serão expostas no relatório de Amano, poderá entrar em vigor o histórico acordo nuclear entre Irã e seis grandes potências, alcançado em julho em Viena.
Esse acordo prevê uma limitação de certos aspectos do programa nuclear iraniano durante períodos de entre 10 e 25 anos, em troca de um levantamento das sanções internacionais contra o Irã.
"Foi a primeira vez que a agência visitou o lugar (um lugar concreto em Parchin). Entramos no edifício que o organismo só podia ver até agora via satélite. Dentro do edifício vimos obras de renovação. Não havia instalações no edifício", explicou Amano à margem de um reunião do Conselho de Governadores da AIEA.
Além disso, confirmou que foram técnicos iranianos os que tomaram as provas ambientais nesse lugar, para que a AIEA possa comprovar se ali ocorreram ou não experimentos clandestinos, possivelmente relacionados com o programa nuclear.
"No caso de Parchin, a parte iraniana teve o papel de tomar as amostras (ambientais)", disse Amano, e explicou que a AIEA permite "sob certas circunstâncias" que representantes do país inspecionado tomem essa provas.
"Isto é feito de tal forma para que os processos de verificação da AIEA não sejam comprometidos", garantiu Amano.
"O organismo pode confirmar a integridade do processo de tomada de provas e a autenticidade das amostras, que foram tomadas nos lugares de interesse em um particular lugar em Parchin", acrescentou.
As provas foram já enviadas a Viena, onde serão analisadas e cujos resultados serão conhecidos nas próximas semanas.