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Irã e UE unidos pela aplicação do acordo nuclear

O Irã considera que os Estados Unidos não respeitam os seus compromissos e prejudicam, assim, a economia do país


	Lança-foguetes: o Irã considera que os Estados Unidos não respeitam os seus compromissos e prejudicam, assim, a economia do país
 (Yonhap / AFP)

Lança-foguetes: o Irã considera que os Estados Unidos não respeitam os seus compromissos e prejudicam, assim, a economia do país (Yonhap / AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2016 às 10h48.

A União Europeia (UE) e o Irã manifestaram neste sábado a sua vontade de trabalhar em conjunto para superar os "desafios" e "obstáculos" encontrados na implementação do acordo nuclear, alcançado em julho de 2015.

O Irã considera que os Estados Unidos não respeitam os seus compromissos e os impede de beneficiar plenamente do levantamento de uma grande parte das sanções internacionais, uma medida que entrou em vigor oficialmente em 16 de janeiro.

Em troca do fim dessas sanções, que pesam sobre a economia do Irã, Teerã concordou em limitar seu programa nuclear.

O país esperava obter rapidamente benefícios econômicos tangíveis deste acordo.

Mas, apesar de muitas delegações políticas e econômicas de diferentes países europeus terem viajado ao Irã nos últimos meses, o guia supremo Ali Khamenei considerou recentemente que as visitas ainda não deram resultados "tangíveis".

"Mais do que obstáculos, são desafios" que prejudicam a implementação do acordo nuclear, reconheceu a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, numa coletiva de imprensa conjunta com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.

Mogherini, que desempenhou um papel fundamental nas negociações nucleares entre as grandes potências e o Irã, está em Teerã para uma vista de um dia, acompanhada por sete comissários.

Paciência

Ela pediu paciência aos iranianos para que o acordo tenha efeito "em suas vidas diárias".

Segundo ela, "três meses de desafios" são pouco comparado com "doze anos de negociações" para a conclusão do acordo em julho de 2015 em Viena entre o Irã, os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha.

Um dos "desafios" a serem superados é a relutância dos bancos europeus em se estabelecer no Irã, por medo de represálias dos Estados Unidos, que continuam a limitar as operações em dólar com aquele país.

"Não podemos forçar ninguém, mas fazemos tudo para tranquilizar os bancos" europeus para promover seu "compromisso com o Irã", declarou a chefe da diplomacia da UE.

Zarif afirmou, por sua vez, que o Irã e a UE vão "cooperar para remover os obstáculos para implementar o acordo nuclear".

"Os iranianos devem sentir o mais rapidamente possível os resultados do acordo, caso contrário, vão questionar a sua necessidade", disse ele.

"Nós advertimos os Estados Unidos e vamos pressionar para que abram o caminho para a cooperação entre os bancos não-americanos e a República Islâmica do Irã", afirmou Zarif.

Segundo ele, "é necessário que os Estados Unidos adotem seus compromissos na prática e não apenas no papel."

Questionado sobre os recentes disparos de mísseis balísticos pelo Irã que preocupam os países europeus e Washington, Mogherini disse que eles não eram uma "violação" do acordo nuclear, mas desejou que o Irã se abstenha de ações que possam desencadear uma "escalada" na região.

Mohammad Javad Zarif reiterou que os lançamentos de mísseis eram "dissuasivos" e não "ofensivos".

A questão dos direitos humanos no Irã não foi evitada. Mogherini recordou que a UE continua "firme sobre este princípio", promovendo ao mesmo tempo o "diálogo" com os países acusados ​​de não respeitá-los. Uma abordagem aceitável para Zarif, que sublinhou que "as discussões são de mão dupla" sobre este tema.

Seja qual for o assunto, há vontade de ambas as partes para superar as dificuldades de uma forma construtiva, segundo Mogherini.

Prova disso, ela indicou que a UE apoiaria a candidatura do Irã à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além dos investimentos e do comércio, as guerras na Síria e Iêmen também estavam na agenda.

"É de interesse comum acabar com a guerra na Síria", estimou Mogherini.

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