O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, em Teerã: os EUA e a Europa retiraram as sanções a Teerã em janeiro (KHAMENEI.IR/AFP/Arquivos)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2016 às 09h33.
Oslo - Os Estados Unidos precisam fazer mais para incentivar os bancos a fazer negócios com o Irã após a suspensão das sanções contra a República Islâmica, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano nesta terça-feira.
Os EUA e a Europa retiraram as sanções a Teerã em janeiro, conforme o acordo que também determinou a contenção do programa nuclear iraniano.
Mas algumas sanções ainda permanecem, inclusive sobre transações financeiras, o que freia as esperanças iranianas de se reintegrar aos mercados mundiais.
"Acredito que os Estados Unidos, no papel, retiraram todas as sanções", afirmou Mohammad Javad Zarif, acrescentando que Washington precisa fazer mais para remover os "remanescentes psicológicos" de medidas que estavam em vigor há décadas.
"Nos bancos, acredito que é importante para todos se darem conta de que um acordo será sustentável se todos sentirem que estão obtendo ganhos com este acordo", opinou o chanceler em uma coletiva de imprensa na Noruega com a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini.
"Sua implementação também deve ser uma implementação boa para todos, para que todos sintam que há benefícios, que há dividendos", disse Zarif.
Mogherini disse que a UE está em contato com empresas e bancos para estimulá-los a negociar com o Irã na esteira da assinatura do acordo nuclear, mas alertou que o progresso levará tempo.
"Nos primeiros quatro meses deste ano, o comércio entre a União Europeia e o Irã aumentou 22 por cento", afirmou.