Resultado apresentou a porcentagem que cada material biodegradou: as de papel biodegradaram cerca de 40%; as de plástico comum 30% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2012 às 09h47.
Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 17h24.
São Paulo - O Centro Tecnológico de Processos e Produtos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou um estudo para comparar a biodegradação de quatro diferentes embalagens vendidas ou dadas em supermercados.
Os testes foram encomendados pela Rede Globo de Televisão. O resultado apresentou a porcentagem que cada material biodegradou: as de papel biodegradaram cerca de 40%; as de plástico comum 30%; as de amido de milho (feita a partir de fontes retornáveis) 15%; e as oxidegradáveis (que recebem aditivos para se degradarem mais rápido) apenas 2%. A margem de erro é de 10%.
De acordo com o IPT, de modo geral, nas condições do teste realizado no Laboratório de Biotecnologia Industrial, nenhuma das amostras analisadas pode ser considerada como de fácil biodegradação, isto é, não serão degradadas rapidamente na natureza.
O IPT destaca, entretanto, que existem diversos fabricantes de sacolas no mercado e o teste foi realizado em apenas uma amostra de cada material. “A conscientização do consumidor em contribuir com a redução dos lixos, coleta seletiva e reciclagem pode ser tão importante quanto os novos materiais no mercado”, disse a pesquisadora Maria Filomena Rodrigues.
Segundo a determinação do “Teste da Biodegradabilidade Imediata pela Medida do Dióxido de Carbono Desprendido em Sistema Aberto”, facilmente biodegradável é todo material cujo conteúdo orgânico se transforma em água e gás carbônico (mínimo 60%) em até 28 dias.
Compostável, por sua vez, é o material que se biodegradou e gerou húmus com ausência de metais pesados e substâncias nocivas ao meio ambiente, que permitem a germinação e o desenvolvimento normal de plantas.
O ensaio realizado no IPT consistiu em submeter os diferentes tipos de embalagens em uma solução mineral para que elas sejam consumidas por microrganismos naturais, retirados da natureza (solo, lago, lodo), simulando com maior intensidade o que pode ocorrer no meio ambiente.
No ensaio, as sacolinhas são a única substância orgânica fonte de “alimento” para as bactérias. A avaliação da biodegradabilidade foi realizada em condições similares, tanto quanto possível, às do ambiente de destinação.
A biodegradação leva à formação de dióxido de carbono (CO2), água e biomassa. A porcentagem de CO2 apresentado pelo material estudado, em relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a completa oxidação do conteúdo de carbono da amostra (CO2 – teórico), informará se a sacola é biodegradável ou biorresistente, determinada nessa metodologia por 28 dias.
No Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas foram realizados os ensaios para identificação química das sacolas plásticas. Por meio dessa técnica, foi identificado que as sacolas “oxidegradável” e “convencional” são constituídas de polietileno, um dos tipos de plástico mais comum.
Na sacola de “amido” foi identificada a presença de um constituinte polimérico quimicamente diferente das outras duas citadas, um polímero do tipo poliéster, que inclui produtos químicos presentes nas plantas.
Segundo o IPT, é importante ressaltar que as técnicas empregadas não permitem identificar a presença de possíveis aditivos nas sacolas, como os oxidegradáveis. Ainda, não é possível avaliar origem do material polimérico, se é proveniente de uma fonte renovável ou não.