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Inteligência da França culpa forças de Assad por ataque com gás

Ação com arma química contra a cidade de Khan Sheikhoun matou dezenas de pessoas, de acordo com um grupo de monitoramento da guerra

Bashar al-Assad: presidente sírio disse que os indícios de um ataque com gás venenoso são falsos e negou que seu governo já tenha utilizado armas químicas (AFP/AFP)
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Reuters

Publicado em 26 de abril de 2017 às 09h14.

Paris - A inteligência da França concluiu que forças leais ao presidente da Síria , Bashar al-Assad, realizaram um ataque com gás sarin no norte do país em 4 de abril, e que Assad ou membros de seu círculo íntimo ordenaram o ataque, de acordo com um documento francês.

A ação com arma química contra a cidade de Khan Sheikhoun matou dezenas de pessoas, de acordo com um grupo de monitoramento da guerra, grupos de oposição sírios e países ocidentais. A agressão levou os Estados Unidos a lançarem um ataque com mísseis de cruzeiro a uma base aérea da Síria, a primeira operação militar deliberada norte-americana contra o governo de Assad nos mais de seis anos de conflito.

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Em duas entrevistas concedidas desde 4 de abril, Assad disse que os indícios de um ataque com gás venenoso são falsos e negou que seu governo já tenha utilizado armas químicas.

O documento francês de seis páginas --elaborado pelos militares e pelos serviços de inteligência estrangeira da França e visto pela Reuters-- disse que chegou a essa conclusão baseado em amostras obtidas no local do impacto e de uma amostra de sangue de uma vítima.

"Sabemos de uma certa fonte que o processo de fabricação das amostras tiradas é típico do método desenvolvido em laboratórios sírios", afirmou o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, aos repórteres depois de apresentar as descobertas ao gabinete.

"Este método é a assinatura do regime e é o que nos permite estabelecer a responsabilidade do ataque. Sabemos porque guardamos amostras de ataques anteriores que conseguimos usar para comparar".

Entre os elementos encontrados nas amostras estava a hexamina, uma marca registrada do sarin produzido pelo governo sírio, de acordo com o relatório.

O documento disse que as descobertas combinaram com os resultados de amostras obtidas pela inteligência da França, incluindo uma granada intacta, de um ataque em Saraqib em 29 de abril de 2013, que potências ocidentais acusaram Damasco de ter levado a cabo.

O relatório também disse que os serviços de inteligência têm conhecimento de um caça Sukhoi 22 do governo sírio que alvejou Khan Sheikhoun seis vezes em 4 de abril e que amostra coletadas no local são compatíveis com um projétil de lançamento aéreo que continha munições repletas de sarin.

O documento ainda disse que os grupos jihadistas da área não têm capacidade para desenvolver e lançar tal ataque e que o Estado Islâmico não estava na região.

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