Mundo

Inspetores deixam Síria e preparam relatório sobre armas

Porta-voz reiterou que mandato dos inspetores terminará uma vez que eles elaborem seu relatório final


	 Ban Ki-moon: secretário-geral da ONU disse que era preciso determinar se foram usadasm armas químicas, não quem as usou contra quem
 (Jack Guez/AFP)

 Ban Ki-moon: secretário-geral da ONU disse que era preciso determinar se foram usadasm armas químicas, não quem as usou contra quem (Jack Guez/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 16h09.

A ONU confirmou nesta segunda-feira que sua equipe de inspetores já deixou a Síria após seis dias investigando o resto das "denúncias críveis" sobre o uso de armas químicas no país.

"Os inspetores do professor (Ake) Sellstrom terminaram o trabalho na Síria após seis dias de investigação e agora entraram na última fase, na qual completarão o relatório final", afirmou nesta segunda-feira perante a imprensa o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

O porta-voz confirmou que a missão de analistas "não visitou" a cidade de Khan Al-Assad, na província de Aleppo, onde o regime de Bashar al-Assad denunciou um ataque químico dos rebeldes em março.

Em todo caso, Nesirky afirmou que os inspetores conseguiram "fazer o trabalho", que consiste em coletar provas e falar com sobreviventes e o pessoal médico, e "agora procederão para completar o relatório final".

O porta-voz reiterou que o mandato dos inspetores terminará uma vez que eles elaborem seu relatório final, descartou que vão voltar à Síria, e disse que o relatório final incluirá também suas conclusões sobre o ataque de 21 de agosto nos arredores de Damasco.

Questionado sobre o discurso de hoje do ministro das Relações Exteriores sírio perante a Assembleia geral, onde denunciou que foram os EUA que limitaram o mandato dos inspetores, o porta-voz respondeu que a ONU considerou que era o caminho correto.


"O secretário-geral (Ban Ki-moon) deixou claro desde um primeiro momento que achava que esse era o passo correto e segue achando, e também disse que era preciso determinar se foram usadasm armas químicas, não quem as usou contra quem", acrescentou.

Por outro lado, o porta-voz da ONU confirmou que Ban se reuniu na semana passada com o líder da oposição síria em um encontro "privado" que foi realizado na residência do secretário-geral para continuar com os preparativos da cúpula de Genebra.

A reunião com Ahmed Al Jarba, presidente da Coalizão Nacional Síria, aconteceu na residência do secretário-geral "no sábado pela noite" e foi organizada "com pouco tempo", por isso "não foi informada à imprensa", segundo detalhou o porta-voz.

Por outro lado, Nesirky explicou que uma missão da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) viajou à Síria para começar uma "operação conjunta" com a ONU para verificar o arsenal químico sírio e tua posterior destruição.

O porta-voz detalhou que se trata de uma equipe "de avançada" que viajou para Damasco para preparar o terreno para uma missão maior que terá "muito trabalho pela frente nas próximas semanas e meses".

Perguntado por uma resolução humanitária na qual trabalham Austrália e Luxemburgo, o porta-voz da ONU disse que após o texto aprovado na sexta-feira pelo Conselho de Segurança, é preciso se concentrar na situação humanitária e na busca de uma saída política.

"O secretário-geral já deixou claro que devemos capitalizar o momento para atender a dimensão humanitária desta crise, daí exigiu às partes que permitam o acesso da ajuda humanitária", acrescentou.

Assim, o ministro insistiu em pedir tanto ao regime como à oposição que levante "todos os obstáculos", e disse que o secretário-geral apoia o envio de uma equipe de analistas em direitos humanos para supervisionar a situação na Síria. 

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasEstados Unidos (EUA)ONUPaíses ricosSíria

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos