Ingovernável, Israel corre para evitar 3ª eleição em um ano
Nem o partido de direita Likud, de Netanyahu, nem o centrista Azul e Branco de seu maior rival, Benny Gantz, obtiveram assentos suficientes no parlamento
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 06h21.
Última atualização em 11 de dezembro de 2019 às 07h09.
São Paulo — Em mais um capítulo de uma novela que já se arrasta por meses, deputados Israelenses têm até às 23h59 desta quarta-feira 11 para evitar a terceira eleição parlamentar em menos de um ano. Nem o partido de direita Likud, do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu , nem o centrista Azul e Branco de seu maior rival, Benny Gantz, obtiveram assentos suficientes no parlamento para governar. Caso a dupla não se una em uma única chapa e a situação se mantenha, um novo pleito deve acontecer no dia dois de março.
Para evitar a terceira eleição, alguns parlamentares terão que mudar de lado se juntando a Gantz ou a Netanyahu, a menos que os dois rivais se unam. Para formar governo em Israel , o primeiro-ministro precisa de pelo menos 61 das 120 cadeiras do parlamento, coisa que nenhum conseguiu formar nas últimas semanas. Dada a relutância dos rivais políticos em uma possível aliança, analistas já dão como certo um novo pleito.
Mês passado, Gantz chegou a convidar Netanyahu para formar uma coligação onde ele seria o primeiro-ministro nos primeiros dois anos e Netanyahu terminaria o mandato, contanto que o líder do Likud não fosse condenado pelas acusações de corrupção a que responde. “Dadas as circunstâncias, apelo para formar o governo mais amplo possível sob minha direção. Se for inocentado, Netanyahu poderá retornar a ser primeiro ministro”, disse. Nada feito.
Um indiciamento submetido ao Parlamento de Israel lista mais de 300 testemunhas em três casos de corrupção contra Netanyahu. O líder enfrenta acusações de fraude e abuso de confiança enquanto pessoas de seu entorno foram acusadas de lavagem de dinheiro na compra de submarinos militares da Alemanha.
Primeiro-ministro de Israel há dez anos, Netanyahu vem assistindo sua popularidade ser dissolvida nos últimos meses, em parte pelos escândalos que o rodeia. Ainda assim, mesmo com um novo pleito, não há garantias de que um terceiro nome surja para fazer frente a Netanyahu e Gantz. Se a dupla não obter maioria até essa quarta-feira, a mesma história pode se repetir nas eleições de março.