Alemanha: experimentos com humanos e macacos foram realizados em 2015 (Reprodução/Getty Images)
EFE
Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 08h40.
Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 10h10.
Berlim - A indústria automobilística da Alemanha está sob suspeita de ter financiado experimentos nos quais fez macacos e seres humanos inalarem gases emitidos por motores a diesel, com o propósito de determinar os efeitos que estes têm sobre o sistema respiratório e sobre a circulação sanguínea, segundo informações de vários meios de comunicação alemães.
Os experimentos com macacos já tinham gerado algumas reações no final da semana passada e hoje vários jornais, entre eles o "Stuttgarter Zeitung", falam de experimentos similares com seres humanos.
As investigações teriam sido encomendadas pela Associação Europeia de Estudos sobre a Saúde e o Meio Ambiente no Transporte (EUGT, na sigla em alemão), entidade fundada pelos consórcios VW, Daimler e BMW.
As primeiras publicações a respeito, do "Stuttgarger Zeitung" e do "Süddeutsche Zeitungse", se concentraram nos experimentos com macacos que a EUGT encomendou em 2013 ao laboratório Lovelace Biomedical de Alburqueque, nos Estados Unidos.
Os experimentos foram realizados em 2015 e um executivo da VW, atualmente detido nos EUA pelo escândalo de manipulação de dados de emissões, teria levado pessoalmente um VW Beatle ao laboratório.
As emissões do carro foram conduzidas a uma pequena instalação onde havia dez macacos encarcerados.
Agora, os mesmos meios de comunicação informam que a EUGT também encomendou pesquisas nas quais seres humanos também deveriam ser submetidos à inalação de dióxido de nitrogênio (NO2).
O propósito dos experimentos era mostrar que, com os progressos técnicos, as emissões de motores a diesel não tinham maiores implicações sobre a saúde dos cidadãos.
O primeiro-ministro do estado federado da Baixa Saxônia, no norte da Alemanha, Stephan Weil, qualificou os experimentos de "absurdos".
A Baixa Saxônia tem participação na VW, razão pela qual Weil, como premiê, é membro do Conselho de Vigilância do consórcio.
Já na sexta-feira passada, a Daimler e a BWM se distanciaram dos experimentos e asseguraram que carros dessas marcas não tinham sido utilizados nos mesmos.