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Indonésia adia execuções e medida pode beneficiar brasileiro

Com a suspensão, Jacarta parece ceder às pressões diplomáticas da Austrália, contrária à pena capital

Clarisse Gularte, mãe de Rodrigo Gularte, deixa a prisão de Cilacap após visitar o filho (Dida Nuswantara/AFP)

Clarisse Gularte, mãe de Rodrigo Gularte, deixa a prisão de Cilacap após visitar o filho (Dida Nuswantara/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 09h25.

Jacarta - O governo da Indonésia adiou a execução de dois australianos condenados à morte no país, uma medida que pode beneficiar outros estrangeiros condenados à pena capital na Indonésia, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte.

A execução dos australianos Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran Sukumaran, 33, "será adiada entre três semanas e um mês por motivos técnicos", afirmou à AFP Husain Abdullah, porta-voz do vice-presidente indonésio Jusuf Kalla.

Com a suspensão, poucos dias antes da transferência prevista dos australianos, condenados à morte em 2006 por narcotráfico, para uma penitenciária de segurança máxima onde seriam executados, Jacarta parece ceder às pressões diplomáticas da Austrália, contrária à pena capital.

O ministério das Relações Exteriores da Indonésia havia informado que as execuções dos estrangeiros, que tiveram os pedidos de clemência rejeitados pela presidência, aconteceriam em fevereiro.

O porta-voz da promotoria responsável por supervisionar as execuções, Tony Spontana, não confirmou nem desmentiu à AFP as declarações da vice-presidência, mas insistiu na aplicação da pena capital.

A imprensa afirma que entre os próximos estrangeiros que serão executados estão cidadãos do Brasil, França, Gana e Nigéria.

As autoridades indonésias não confirmaram as nacionalidades dos condenados à morte.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil informou no fim de janeiro que tentaria esgotar todas as possibilidades de comutação da pena de Rodrigo Gularte, de 42 anos e condenado à morte em 2005 por tráfico de drogas.

No dia 18 de janeiro, a Indonésia executou um cidadão do país e cinco estrangeiros, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, um holandês, um vietnamita, um malauiano e um nigeriano. As primeiras execuções no país desde 2013 provocaram uma onda de indignação internacional.

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