Índios cobram na Rio+20 respeito ao direito à terra
De acordo com a diretora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, os indígenas podem mostrar ao mundo o que é ser sustentável
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2012 às 11h47.
Rio de Janeiro - Cobrar aceleração no processo de demarcação das terras indígenas no país e fazer um contraponto ao modelo econômico e ao conceito de economia verde – discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ( Rio+20 ) – são os principais objetivos dos povos indígenas que se reuniram hoje (15) na tenda do Acampamento Terra Livre, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro.
Em meio a muitas manifestações culturais – como a das mulheres das etnias Macuxi e Wapichama, de Roraima, que apresentaram um tipo de música típica conhecida como parixara –, eles reclamaram da violação ao seu direito à terra.
De acordo com a diretora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, os indígenas podem mostrar ao mundo o que é ser sustentável por meio de suas práticas de uso da terra sem destruí-la.
“Estamos aqui para fazer um contraponto à Rio+20, para mostrar o nosso jeito indígena de ser sustentável. Muitas vezes o que se define como Economia Verde não é o que entendemos que representa a real harmonia com a natureza”, disse, durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (15).
A representante da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo (Apoinme), Ceiça Pitaguary, destacou que a lentidão na demarcação dos territórios indígenas leva muitas lideranças a serem criminalizadas por causa da retomada de terras tradicionais.
“Somente em Pernambuco, em apenas um povo, há 35 lideranças no banco dos réus por terem retomado suas terras. Primeiro nós queremos o direito à terra, e só depois as outras políticas públicas”, enfatizou.
A mesma preocupação foi manifestada pelo representante da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Otoniel Ricardo. Segundo ele, mais de 200 lideranças indígenas morreram desde o ano passado por causa de conflitos ligados à terra no Sul. “Nossos líderes estão morrendo e eu posso ser o próximo.”
O representante do Conselho Continental da Nação Guarani, que reúne indígenas da Bolívia, do Paraguai, da Argentina e do Brasil, Celso Padilha, convocou os povos de todas as etnias, independentemente do país onde vivem, para que unam forças e lutem pela preservação de seus territórios, de sua cultura e de seus costumes.
“Não podemos falar em desenvolvimento sustentável se não tivermos terra e autonomia. Temos que unir nossas mãos e dizer que não queremos esse modelo de economia verde. Não podemos negociar nossos costumes, nossas tradições, nossas terras”, ressaltou.
O líder indígena conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia, Cacique Raoni, da etnia Caiapó, também conclamou a união dos povos indígenas, principalmente dos jovens, na defesa de seus interesses coletivos.
“Temos que lutar e falar dos nossos problemas. Não podemos aceitar o que o homem branco tem feito ao nosso povo. Precisamos lutar pelos nossos direitos, pelas nossas terras. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar”, enfatizou, sendo aplaudido por diversos participantes da cúpula.
O líder também criticou a construção de grande empreendimentos que trazem prejuízos aos territórios indígenas, como a Usina de Belo Monte.
Rio de Janeiro - Cobrar aceleração no processo de demarcação das terras indígenas no país e fazer um contraponto ao modelo econômico e ao conceito de economia verde – discutidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ( Rio+20 ) – são os principais objetivos dos povos indígenas que se reuniram hoje (15) na tenda do Acampamento Terra Livre, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro.
Em meio a muitas manifestações culturais – como a das mulheres das etnias Macuxi e Wapichama, de Roraima, que apresentaram um tipo de música típica conhecida como parixara –, eles reclamaram da violação ao seu direito à terra.
De acordo com a diretora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, os indígenas podem mostrar ao mundo o que é ser sustentável por meio de suas práticas de uso da terra sem destruí-la.
“Estamos aqui para fazer um contraponto à Rio+20, para mostrar o nosso jeito indígena de ser sustentável. Muitas vezes o que se define como Economia Verde não é o que entendemos que representa a real harmonia com a natureza”, disse, durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (15).
A representante da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo (Apoinme), Ceiça Pitaguary, destacou que a lentidão na demarcação dos territórios indígenas leva muitas lideranças a serem criminalizadas por causa da retomada de terras tradicionais.
“Somente em Pernambuco, em apenas um povo, há 35 lideranças no banco dos réus por terem retomado suas terras. Primeiro nós queremos o direito à terra, e só depois as outras políticas públicas”, enfatizou.
A mesma preocupação foi manifestada pelo representante da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Otoniel Ricardo. Segundo ele, mais de 200 lideranças indígenas morreram desde o ano passado por causa de conflitos ligados à terra no Sul. “Nossos líderes estão morrendo e eu posso ser o próximo.”
O representante do Conselho Continental da Nação Guarani, que reúne indígenas da Bolívia, do Paraguai, da Argentina e do Brasil, Celso Padilha, convocou os povos de todas as etnias, independentemente do país onde vivem, para que unam forças e lutem pela preservação de seus territórios, de sua cultura e de seus costumes.
“Não podemos falar em desenvolvimento sustentável se não tivermos terra e autonomia. Temos que unir nossas mãos e dizer que não queremos esse modelo de economia verde. Não podemos negociar nossos costumes, nossas tradições, nossas terras”, ressaltou.
O líder indígena conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia, Cacique Raoni, da etnia Caiapó, também conclamou a união dos povos indígenas, principalmente dos jovens, na defesa de seus interesses coletivos.
“Temos que lutar e falar dos nossos problemas. Não podemos aceitar o que o homem branco tem feito ao nosso povo. Precisamos lutar pelos nossos direitos, pelas nossas terras. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar”, enfatizou, sendo aplaudido por diversos participantes da cúpula.
O líder também criticou a construção de grande empreendimentos que trazem prejuízos aos territórios indígenas, como a Usina de Belo Monte.