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Indicada para dirigir CIA promete descartar interrogatórios violentos

Trump prometeu como candidato retomar a simulação de afogamento, usada anteriormente pelos interrogadores da CIA

Gina Haspel: diretora da CIA disse a parlamentares nesta quarta-feira que sua "bússula moral é forte" (Kevin Lamarque/Reuters)

Gina Haspel: diretora da CIA disse a parlamentares nesta quarta-feira que sua "bússula moral é forte" (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de maio de 2018 às 14h32.

Washington - A indicada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para assumir a diretoria da CIA disse a parlamentares nesta quarta-feira que "minha bússula moral é forte" e que ela nunca retomará um programa de interrogatório violento da agência, com frequência denunciado como tortura, que tem ameaçado sua confirmação no cargo.

Gina Haspel, atualmente diretora interina da agência de espionagem, disse em sua sabatina no Senado de que não iria cumprir qualquer ordem de Trump que ela considerasse moralmente censurável, embora não tenha dito que iria recusar uma ordem para usar simulação de afogamento para obter respostas de um suspeito de terrorismo.

"Minha bússola moral é forte. Eu não permitiria que a CIA realizasse atividades que eu considerava imorais, mesmo que fossem tecnicamente legais. Eu absolutamente não permitiria isso", disse Haspel ao Comitê de Inteligência do Senado.

A audiência foi dominada por questões sobre o papel de Haspel na CIA no uso de métodos violentos de interrogatório durante o governo do ex-presidente George W. Bush, bem como a destruição de fitas de vídeo documentando as táticas.

"Tendo servido durante aquela época tumultuada, posso oferecer meu compromisso pessoal, claramente e sem reservas, de que sob minha liderança a CIA não reiniciará tal programa de detenção e interrogatório", disse Gina.

Haspel disse que a lei dos EUA agora proíbe claramente tais métodos de interrogatório, e "eu apoio totalmente o tratamento exigido por lei para os detentos".

Trump prometeu como candidato retomar a simulação de afogamento, usada anteriormente pelos interrogadores da CIA, mas agora banida, e prometeu técnicas "muito piores".

O questionamento público de Gina em relação a questões como a eficácia dos interrogatórios, os ataques de drone da CIA e os "encaminhamentos" de supostos militantes feitos pela agência a outros países pode ser limitado porque as operações continuam confidenciais.

Gina precisa de 51 votos no Senado, que tem 100 cadeiras, para ser confirmada como a primeira mulher a dirigir a CIA. Os republicanos têm uma maioria de 51 assentos. Ex-vice-diretora da agência, ela sucederia Mike Pompeo, ex-congressista republicano confirmado no mês passado como secretário de Estado dos EUA.

Mas Haspel poderia enfrentar dificuldades para ser confirmada no cargo. Pelo menos um republicano, o senador Rand Paul, disse que se opõe a ela, e outros disseram que iriam esperar para ver como ela se sairia na audiência de quarta-feira. Nenhum democrata ainda manifestou apoio ao seu nome.

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