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Índia ordena retirada de diplomata dos EUA

Ordem veio depois que o governo norte-americano expulsou representante consular indiana

Diplomata indiana Devyani Khobragade faz o gesto de cumprimento "namastê", ao lado do seu pai, na chegada a um prédio do governo, em Nova Délhi, na Índia (Stringer/Reuters)

Diplomata indiana Devyani Khobragade faz o gesto de cumprimento "namastê", ao lado do seu pai, na chegada a um prédio do governo, em Nova Délhi, na Índia (Stringer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 19h25.

Nova Délhi - Os Estados Unidos informaram nesta sexta-feira que irão retirar um de seus diplomatas de Nova Délhi a pedido da Índia, depois que o governo norte-americano na prática expulsou uma representante consular indiana que está no centro de uma disputa entre os dois países.

Devyani Khobragade, 39, que era vice-cônsul-geral da Índia em Nova York, foi presa em dezembro sob a acusação de fraudar um visto e mentir às autoridades dos EUA sobre o valor que pagava a uma empregada. A prisão de Devyani irritou os indianos, em meio às revelações de que ela foi algemada e submetida a uma revista sem roupas.

Devyani chegou a Nova Délhi nesta sexta-feira à noite (horário local) e foi recebida pelo pai, Uttam Khobragade. Ela deixou o terminal do aeroporto por uma saída lateral, fora da visão dos repórteres e equipes de TV.

"Suas palavras para mim foram ‘papai, eu te amo'", disse o pai aos repórteres.

Pouco depois, o Departamento de Estado dos EUA informou que iria chamar de volta um diplomata do país em Nova Délhi -- não identificado --, a pedido da índia.

"Este tem sido realmente um momento desafiador no relacionamento EUA-Índia. Nós aguardamos e esperamos que isso agora tenha um fim e os indianos tomem medidas significativas conosco para melhorar nosso relacionamento e devolvê-lo a um patamar mais construtivo", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em Washington.

A disputa de um mês azedou as relações EUA-Índia, levando a retaliações contra diplomatas norte-americanos em Nova Délhi e ao adiamento de visitas à Índia por parte de autoridades dos EUA e de uma delegação de empresários do país.

Esperava-se que o acordo que permitiu o retorno de Devyiani à Índia contribuísse para resolver a contenda, mas não há sinal, pelo menos a curto prazo, de que a Índia esteja disposta a perdoar e esquecer.

"Nós pedimos que a representação dos EUA retirasse um funcionário de posição hierárquica similar à de Devyani, como ato de reciprocidade", disse um alto funcionário indiano a par da decisão.

O funcionário declarou a repórteres que o governo acredita que o diplomata dos EUA teve um papel no caso de Devyani, mas não deu mais detalhes.

Levará tempo para dissipar os sentimentos negativos acumulados entre Nova Délhi e Washington. Com as eleições nacionais previstas para maio, os partidos políticos da Índia aproveitaram para explorar politicamente o caso, que qualificaram de ataque à soberania nacional.

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