Índia anuncia diminuição "gradual" de restrições na Caxemira
Além de retirar o status especial da Caxemira, a índia restringiu os direitos de movimento e interrompeu os serviços de telecomunicações e internet
EFE
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 10h51.
Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 10h55.
Nova Délhi - O governo da Índia anunciou nesta sexta-feira uma diminuição "gradual" das restrições na Caxemira indiana e o restabelecimento das telecomunicações a partir desta noite, medidas que mantiveram os habitantes isolados depois que Nova Délhi decidiu revogar o status especial da região.
"Estamos tomando medidas para diminuir as restrições de forma gradual e calculada depois das rezas de sexta-feira, que segundo a nossa informação transcorreram de forma pacífica no estado", manifestou durante uma entrevista coletiva o máximo funcionário de Jammu e Caxemira, o secretário-geral BVR Subrahmanyam.
Além das restrições aos direitos de movimento e reunião, as autoridades indianas também interromperam os serviços de telecomunicações e internet, um "ponto sensível", segundo reconheceu Subrahmanyam.
De acordo com o funcionário, as redes móveis começarão a ser restabelecidas "entre esta noite e amanhã" e "a maior parte das linhas" funcionará após o fim de semana.
A situação na Caxemira, uma das regiões mais militarizadas do mundo e que tanto a Índia como o Paquistão disputam, voltará a ser "completamente normal" nos próximos dias, concluiu Subrahmanyam.
O regime de exceção foi imposto na Caxemira, de maioria muçulmana, em 4 de agosto, um movimento que o governo justificou a princípio por supostas ameaças terroristas.
Um dia depois, o Governo da Índia apresentou no Parlamento uma lei que modificava o artigo 370 da Constituição, que estabelecia o status especial de Caxemira pelo qual a região gozou de autonomia constitucional durante 70 anos.
A lei, que foi aprovada em poucos dois dias nas duas Câmaras do Parlamento, levou à bifurcação do estado em dois "territórios da união"- o de Jammu e Caxemira e o de Ladakh - sob controle direto agora do Governo central.
A decisão provocou protestos na Caxemira, embora o governo indiano tenha tentado repetidamente desmentir as informações sobre as manifestações.