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Impeachment e funeral: pressão dupla sobre Trump

A semana que começa deve ser uma das mais turbulentas das 83 já turbulentas semanas do mandato do presidente americano

TRUMP NA SEXTA-FEIRA: presidente ainda não afirmou se irá ao funeral do senador John McCain / REUTERS/Leah Millis
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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 06h08.

Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 07h10.

A semana que começa deve ser uma das mais turbulentas das 83 já turbulentas semanas do mandato do presidente americano Donald Trump . Nos últimos dias, advogados, conselheiros e ex-assessores de Trump têm visitado tribunais em uma série de depoimentos que cercam o fecho na apuração de crimes na gestão do presidente.

A principal suspeita é de interferência russa nas eleições. Na semana passada, Paul Manafort, o ex-chefe de campanha, foi condenado, e Michael Cohen, o ex-advogado pessoal do presidente, assumiu a autoria de diversos crimes, inclusive pagamentos ilegais para comprar o silêncio de pessoas próximas ao presidente durante a campanha. Outras pessoas próximas ao presidente, como o diretor financeiro de seu grupo empresarial, já concordaram em colaborar com as autoridades.

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À lista de más notícias para Trump se somou, no sábado, a morte do senador republicano John McCain, um dos grandes antagonistas do presidente dentro da política nacional. Durante a campanha presidencial, Trump afirmou não considerar McCain um herói de guerra porque ele foi capturado durante a guerra do Vietnã, numa declaração amplamente criticada por aliados e opositores.

McCain já havia afirmando o desejo de que Trump não comparecesse a seu funeral. Os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama devem fazer discursos durante o velório a cerimônia, a ser realizada na quarta e na quinta-feira, no Arizona. Trump ainda não confirmou se vai ou não ao Arizona, mas o mais provável é que seja representado pelo vice, Mike Pence.

A morte de McCain pode afetar ainda mais a popularidade do presidente, um ativo essencial para barrar o cada vez mais falado processo de impeachment. A palavra final sobre o se o conjunto das informações é suficiente para um impeachment será dada pelo Congresso. A má notícia, para Trump, é que as eleições legislativas de novembro podem devolver aos democratas a maioria no Congresso em virtude das altas taxas de rejeição do atual governo em estados como a Califórnia. Antes disso, nos próximos dias os aliados de Trump podem ter outra notícia difícil caso o governador do Arizona, Doug Ducey, escolha como seu substituto um republicano contrário ao presidente — até a viúva de McCain, Cindy, está sendo considerada.

A boa notícia é que votações de impeachment tendem a ser diretamente influenciadas pelo desempenho da economia. O democrata Bill Clinton não caiu no final de 1998 porque a economia avançava mais de 4% ao ano. Com Trump, a economia americana reforçou um ciclo de excelentes indicadores que já apresentava no final do governo de Barack Obama. O PIB cresce 4% ao ano (indicador próximo ao do governo Clinton) e o desemprego está em 3,9%.

Em entrevista na quinta-feira passada, Trump afirmou que, se for submetido a um impechment, “o mercado poderá entrar em colapso”. A grande questão em aberto é se o mercado consegue segurar o cada vez mais enrolado empresário eleitor presidente.

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