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Idoso nos EUA é ex-oficial nazista, diz Polônia

Aos 98 anos, Michael Karkoc vive em Minneapolis (Minnesota) e é suspeito de ter ordenado o massacre de 44 poloneses em 1944

Portão de entrada do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia (Christopher Furlong/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 13 de março de 2017 às 16h46.

Última atualização em 14 de março de 2017 às 09h46.

São Paulo – A Polônia irá solicitar a prisão e extradição de um idoso de 98 anos que seria um ex-comandante nazista. Michael Karkoc, de Minneapolis (Minnesota, Estados Unidos), teve a sua identidade revelada por uma reportagem da agência de notícias americana The Associated Press em 2013, mas só agora essa informação foi confirmada pelo governo.

Depois de anos de investigação, o país diz estar “100%” certo de que Karkoc era o líder de uma unidade de defesa associada à SS (Schutzstaffel), a tropa de elite do Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial .

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A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira por veículos de imprensa de diferentes partes do mundo, como a agência de notícias alemã Deutsche Welle, a rede de notícias britânica BBC e a rede de televisão americana ABC News.

Segundo o promotor polonês, Robert Janicki, a divisão liderada por Kerkoc teria sido a responsável por incendiar vilarejos poloneses e ele seria o responsável por ordenar o massacre de 44 poloneses em julho de 1944. “A partir de hoje, ele é nosso suspeito”, disse Janicki. Se extraditado, o idoso poderá ser julgado e ser condenado à prisão perpétua.

A família nega todas as acusações.

Caso

Em 2013, uma extensa investigação conduzida pela AP revelou que Karkoc teria mentido para oficiais da imigração dos Estados Unidos, passando a viver no estado de Minnesota poucos anos depois do fim guerra, em 1949.

Na ocasião, Karkoc teria alegado não ter feito serviço militar na Europa, omitindo a sua suposta participação na Legião de Autodefesa Ucraniana e na Divisão SS da Galícia, como era conhecida uma região que abrangia partes da Ucrânia e Polônia. Durante a apuração dessa reportagem, a AP acessou informações do governo dos Estados Unidos e documentos da SS que se tornaram públicos.

A Alemanha chegou a abrir uma investigação sobre o assunto, uma vez que, no país, pessoas suspeitas de ter participado do comando nazista podem ser processadas, ainda que não tivessem qualquer envolvimento direto nos crimes.

Por conta da saúde frágil do idoso, contudo, a investigação foi arquivada, lembrou o jornal britânico The Guardian.

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