Idosa que foi primeira a receber vacina no Reino Unido toma a segunda dose
Keenan havia tomado a primeira dose da vacina da covid-19 em 8 de dezembro deste mês — e sua foto recebendo a injeção na Irlanda do Norte correu o mundo
Carolina Riveira
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 17h12.
Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 17h18.
Margaret Keenan, primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer/BioNTech, entra para a história mais uma vez. A senhora de 91 anos recebeu nesta terça-feira, 29, a segunda dose da vacina contra o coronavírus , fazendo dela também a primeira pessoa de que se tem notícia a ter tomado já as duas doses do imunizante fora dos testes prévios.
Keenan recebeu a primeira dose da vacina da covid-19 em 8 de dezembro deste mês -- e sua foto recebendo a injeção na Irlanda do Norte correu o mundo.
“Eu me sinto tão privilegiada por ser a primeira pessoa vacinada contra covid-19”, disse Keenan após a primeira dose, ao ter a vacina aplicada pela enfermeira May Parsons, originária das Filipinas. “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar, porque significa que poderei finalmente passar um tempo com minha família e amigos no Ano Novo, depois de ter passado sozinha a maior parte do ano.”
Até agora, com quatro semanas de vacinação, mais de 600.000 pessoas receberam a primeira dose da vacina da covid-19 no Reino Unido -- na primeira semana, foram 140.000 pessoas, e o ritmo tem se mantido em uma constante parecida semana a semana.
O país foi o primeiro a aprovar a vacina da Pfizer e começar a vacinação após conclusão de todas as fases dos testes. Dias depois, os EUA fariam o mesmo. A estimativa é que, no mundo, mais de 1 milhão de doses já tenham sido aplicadas.
Mesmo tendo saído na frente, a estimativa é que o Reino Unido precise vacinar 2 milhões de pessoas por semana para evitar que os hospitais fiquem lotados como aconteceu na primeira onda da doença, segundo cientistas da London School of Hygiene and Tropical Medicine.O país tem mais de 66 milhões de habitantes, e precisaria aumentar o ritmo da vacinação para que parte significativa do grupo de risco seja vacinado.
Já a União Europeia (da qual o Reino Unido não faz mais parte desde o Brexit) começou a vacinação no último dia 27 de dezembro -- a "demora" europeia foi criticada por parte dos cidadãos nas redes sociais e vem do fato de o bloco optar por começar a vacinação ao mesmo tempo entre os membros.
O Reino Unido e o restante da Europa têm sofrido com a escalada no número de casos e mortes nesta segunda onda do coronavírus. O governo britânico voltou a impor lockdown em metade do país diante da alta de casos -- agravada pelo temor a respeito da nova variante do vírus encontrada em seu território, que fez uma série de países pelo mundo cancelarem voos para áreas britânicas.
A segunda dose de Keenan também acontece no dia em que o Reino Unido registrou mais de 53.000 novos casos de covid-19, o maior número desde o começo da pandemia. O número de mortes têm ficado abaixo de 800, embora ainda não chegando às mais de 1.000 mortes do pico da pandemia em abril -- quando até o próprio premiê Boris Johnson foi infectado e chegou a ser internado na UTI.
Ao todo, o Reino Unido é o sexto país com mais mortos pela covid-19, chegando a mais de 71.000 vítimas, o segundo pior país europeu neste quesito atrás da Itália. Também enfrentando um avanço da doença neste fim de ano, o Brasil é o segundo com mais mortes, com mais de 191.000 vítimas, atrás dos EUA, com 336.000.