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IBGE: Cerrado precisa de unidades de conservação

Só entre 2002 e 2008, foram 85 mil quilômetros quadrados da vegetação que foram destruídos

Ao todo, já foi devastado 48,3% da área original do cerrado (Wikimedia Commons)

Ao todo, já foi devastado 48,3% da área original do cerrado (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - O Cerrado, que ocupa lugar de destaque na produção de grãos no país, perde cada vez mais em biodiversidade com o avanço do desmatamento, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados hoje (1º). Segundo o documento, 85 mil quilômetros quadrados (km²) de cobertura nativa do Cerrado (cerca de 4,1% dos atuais 1.052 milhões km² ), foram destruídos entre 2002 e 2008, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente.

Com 48,3% de toda a área original de Cerrado já derrubada, pesquisa Indicadores de Desenvolvimentos Sustentável (IDS) 2010 chama atenção para o ritmo do desmatamento do bioma e sugere medidas urgentes, como a criação de unidades de conservação em áreas de fronteira agrícola.

"Especial atenção e medidas de proteção e controle se fazem necessárias", informa o texto, ao destacar a necessidade de salvar "aquela que é considerada a savana mais biodiversa do mundo", e que registra taxas de desflorestamento mais altas que as da Amazônia, onde a área desmatada é de 14,6% e o desflorestamento caiu cerca de 40% entre 2002 e 2008.

O Cerrado se destaca não só pela diversidade de espécies de flora e fauna, mas sobre tudo pela produção agrícola. A Região Centro-Oeste, onde está localizada a maior parte do bioma, deve produzir 51 milhões de toneladas de grãos na safra 2009/2010, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com 28 milhões de toneladas de grãos colhidos na safra 2008/2009, a maior do Centro-Oeste, o Mato Grosso foi o estado com maior área de cerrado desmatada entre 2002 e 2008: 17,5 mil km², seguido de Maranhão (14,8 mil km²) e Tocantins (12,1 mil km²).

Segundo a pesquisa, a expansão para estados do Norte e Nordeste (Bahia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão) no período, acompanha a extensão de atividades agropastoris, que eram mais comuns no Cerrado vindo do Sul e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul e Goiás).

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