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Hungria rebaixa idade penal para 12 anos

A mudança será aplicada a partir de 2013 em casos de crimes contra a vida e a integridade física

Grade de uma prisão: organizações civis e o escritório local da Unicef reprovaram a decisão (Andrew Bardwell/Wikimedia Commons)

Grade de uma prisão: organizações civis e o escritório local da Unicef reprovaram a decisão (Andrew Bardwell/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 12h13.

Budapeste - O Parlamento húngaro aprovou uma reforma do código penal que rebaixa a idade penal de 14 para 12 anos em casos de crimes contra a vida e a integridade física.

A nova legislação, que foi aprovada na noite desta segunda-feira com os votos dos deputados do conservador Fidesz, o partido governista, entrará em vigor a partir de 2013, informou a imprensa local hoje.

O escritório local da Unicef, por sua vez, reprovou essa decisão do parlamento húngaro. Em comunicado, a organização aponta que com esta legislação a Hungria 'viola gravemente o Acordo de Direitos de Menores da ONU'.

Diferentes organizações civis também protestaram contra a aprovação dessa lei. O principal argumento usado pelos que não apoiam a redução da idade penal é que as crianças envolvidas neste tipo de crime, geralmente, também são vítimas da falta de estrutura familiar.

Desta forma, os coletivos contrários a redução penal na Hungria, além da anulação desta medida, também cobram do Executivo mais medidas disciplinares e de ajuda.

A nova legislação contempla que as crianças a partir de 12 anos poderão ser condenados com um máximo de quatro anos de internamento em centros específicos para menores.

O novo código penal também endurece a lei contra injúrias aos símbolos nacionais, como a chamada 'Santa Coroa', que foi usada pelos reis húngaros e que ainda hoje é considerada um símbolo da história da Hungria pela direita e pelos nacionalistas, apesar do país ter se tornado uma república desde 1918.

Essa modificação, que se une à proteção que o código oferece ao hino, a bandeira e o escudo nacionais, foi proposta pelo partido ultranacionalista Jobbik e respaldada pelo Fidesz. 

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