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HRW denuncia violência política na América Latina

Human Rights Watch (HRW) descreveu um quadro precário dos direitos humanos na região

Policiais militares em São Paulo: segundo HRW, brutalidade policial, a violência política e as tentativas de governos para calar os seus críticos continuaram sendo comuns em 2013 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 16h01.

São Paulo - A Human Rights Watch (HRW) descreveu nesta terça-feira um quadro precário dos direitos humanos na América Latina , onde, segundo a organização, a brutalidade policial, a violência política e as tentativas de governos para calar os seus críticos continuaram sendo comuns em 2013.

No seu informe anual, apresentado em São Paulo, a HRW elogiou a iniciativa do presidente do México, Enrique Peña Nieto, de reconhecer as violações aos direitos humanos ocorridas na guerra contra o narcotráfico.

"Contudo, o governo conseguiu poucos avanços em levar à Justiça os assassinatos, os desaparecimentos e as torturas generalizadas cometidas por soldados e policiais durante os esforços para combater o crime organizado, incluindo sob o mandato de Peña Nieto", afirmou o relatório.

"A tortura continua sendo amplamente praticada no México para obter confissões forçadas e extrair informações", acrescentou a HRW, que criticou a impunidade que o sistema judicial oferece às Forças Armadas.

A organização também se disse preocupada com a concentração de poderes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

"A acumulação de poder no Executivo e a erosão das garantias de direitos humanos permitiram que o governo intimidasse e censurasse os seus críticos", disse a HRW, que tem sede em Nova York, em relação à Venezuela.

O Informe Mundial 2014 da HRW denunciou, por sua vez, a brutalidade da guerra civil na Síria. Segundo a organização, a comunidade internacional não tem feito o necessário para impedir os assassinatos de civis por parte das Forças Armadas e nem os abusos cometidos pelos grupos rebeldes que tentam derrubar o presidente da Síria, Bashar al-Assad.


Sobre a América Latina, o grupo acrescentou que assassinatos, ameaças e deslocamentos forçados continuam sendo praticados rotineiramente por guerrilheiros e paramilitares em lugares mais próximos, como na Colômbia.

A HRW teme que reformas constitucionais promovidas pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, "abram caminho para uma impunidade ampla às atrocidades cometidas por guerrilheiros, paramilitares e militares" se o governo alcançar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Condena o Silêncio Da Imprensa

O grupo de direitos humanos condenou as tentativas de vários governos latino-americanos de regular e, em alguns casos, silenciar a imprensa. A HRW mencionou a Venezuela, assim como leis sobre meios de comunicação na Argentina e no Equador.

Em relação à América Central, a organização destacou que continua assolada pelos níveis altos de violência, sendo um dos piores casos o de Honduras.

"A taxa de homicídios, que subiu consistentemente durante a última década, foi a maior do mundo em 2013", disse o grupo. "Os perpetradores de assassinatos ou outros crimes violentos raramente são levados à Justiça".

Em Cuba, as autoridades comunistas deixaram de prender opositores por um longo período e também aliviaram as restrições para viagens ao exterior, segundo a HRW.

"No entanto, o governo cubano continua reprimindo os indivíduos e grupos que criticam o governo ou exigem direitos humanos básicos", afirmou o relatório, que cita espancamentos, demissões e ameaças de demissão.

"As prisões de curto prazo aumentaram drasticamente nos últimos anos", acrescentou.

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São Paulo - A Human Rights Watch (HRW) descreveu nesta terça-feira um quadro precário dos direitos humanos na América Latina , onde, segundo a organização, a brutalidade policial, a violência política e as tentativas de governos para calar os seus críticos continuaram sendo comuns em 2013.

No seu informe anual, apresentado em São Paulo, a HRW elogiou a iniciativa do presidente do México, Enrique Peña Nieto, de reconhecer as violações aos direitos humanos ocorridas na guerra contra o narcotráfico.

"Contudo, o governo conseguiu poucos avanços em levar à Justiça os assassinatos, os desaparecimentos e as torturas generalizadas cometidas por soldados e policiais durante os esforços para combater o crime organizado, incluindo sob o mandato de Peña Nieto", afirmou o relatório.

"A tortura continua sendo amplamente praticada no México para obter confissões forçadas e extrair informações", acrescentou a HRW, que criticou a impunidade que o sistema judicial oferece às Forças Armadas.

A organização também se disse preocupada com a concentração de poderes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

"A acumulação de poder no Executivo e a erosão das garantias de direitos humanos permitiram que o governo intimidasse e censurasse os seus críticos", disse a HRW, que tem sede em Nova York, em relação à Venezuela.

O Informe Mundial 2014 da HRW denunciou, por sua vez, a brutalidade da guerra civil na Síria. Segundo a organização, a comunidade internacional não tem feito o necessário para impedir os assassinatos de civis por parte das Forças Armadas e nem os abusos cometidos pelos grupos rebeldes que tentam derrubar o presidente da Síria, Bashar al-Assad.


Sobre a América Latina, o grupo acrescentou que assassinatos, ameaças e deslocamentos forçados continuam sendo praticados rotineiramente por guerrilheiros e paramilitares em lugares mais próximos, como na Colômbia.

A HRW teme que reformas constitucionais promovidas pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, "abram caminho para uma impunidade ampla às atrocidades cometidas por guerrilheiros, paramilitares e militares" se o governo alcançar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Condena o Silêncio Da Imprensa

O grupo de direitos humanos condenou as tentativas de vários governos latino-americanos de regular e, em alguns casos, silenciar a imprensa. A HRW mencionou a Venezuela, assim como leis sobre meios de comunicação na Argentina e no Equador.

Em relação à América Central, a organização destacou que continua assolada pelos níveis altos de violência, sendo um dos piores casos o de Honduras.

"A taxa de homicídios, que subiu consistentemente durante a última década, foi a maior do mundo em 2013", disse o grupo. "Os perpetradores de assassinatos ou outros crimes violentos raramente são levados à Justiça".

Em Cuba, as autoridades comunistas deixaram de prender opositores por um longo período e também aliviaram as restrições para viagens ao exterior, segundo a HRW.

"No entanto, o governo cubano continua reprimindo os indivíduos e grupos que criticam o governo ou exigem direitos humanos básicos", afirmou o relatório, que cita espancamentos, demissões e ameaças de demissão.

"As prisões de curto prazo aumentaram drasticamente nos últimos anos", acrescentou.

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