Ao menos 12 militares americanos morrem em explosão no aeroporto de Cabul
Segundo informações divulgadas pelo porta-voz do Pentágono, John Kirby, "vários soldados americanos morreram"
Carla Aranha
Publicado em 26 de agosto de 2021 às 11h29.
Última atualização em 26 de agosto de 2021 às 18h36.
Um homem-bomba detonou o explosivo do lado de fora do aeroporto de Cabul, no Afeganistão , nesta quinta, 26, e outro realizou o mesmo tipo de ataque em frente a um hotel na capital que estava sendo usado para processar vistos para os afegãos. Mais de vinte pessoas morrreram e outras dezenas ficaram feridas. Relatos preliminares apontam que pelo menos doze militares americanos estão entre os mortos e 15 ficaram feridos, o que está provocando uma crise no governo americano. Um terceiro ataque foi realizado por um homem armado em frente ao aeroporto, que atirou na multidão. "Ainda não há clareza sobre o número de mortos e feridos. Os detalhes serão reportados assim que os tivermos", disse John Kirby, secretário de imprensa americano.
Segundo informações divulgadas pelo porta-voz do Pentágono, John Kirby, "vários soldados americanos morreram nas duas explosões no aeroporto de Cabul nesta quinta-feira". O Wall Street Journal havia afirmado que o embaixador americano em Cabul teria informado à sua equipe diplomática que quatro fuzileiros navais americanos teriam morrido e outros três teriam ficado feridos. A informação, no entanto, ainda não foi confirmada oficialmente pelos EUA.
Os militares americanos que não resistiram aos ferimentos causados pelo ataque foram os primeiros a serem mortos no Afeganistão desde fevereiro de 2020, quando dois militares pereceram durante operações no território.
O governo americano e países europeus alertaram nesta quinta para o aumento do risco de ataques terroristas no aeroporto e em suas imediações, onde milhares de pessoas se aglomeram na tentativa de sair do país.
A autoria do atentado está sendo atribuída a um grupo afiliado ao Estado Islâmico, que dominou mais de dois terços da Síria e do Iraque entre 2014 e 2017 -- hoje, seus militantes cometem ataques suicidas de menor escala em cidades e áreas rurais. O Estado Islâmico possui ramificações no Oriente Médio e na África.
Nesta quinta, os Estados Unidos e outros países emitiram alertas sobre a ameaça acentuada de atentados, orientando seus cidadãos e todos aqueles em busca de vistos a permanecer em suas residências e evitar a todo o custo a região do aeroporto.
Diante do aumento da instabilidade no Afeganistão, a Alemanha, a Bélgica e outros países europeus decidiram suspender as operações de evacuação.“Nesta quinta, a situação rapidamente piorou”, disse Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica, pouco antes do ataque suicida. “Nós observamos que o acesso aos portões do aeroporto ficou quase impossível como resultado do aumento da probabilidade de atentados”.
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O Talibã assumiu o controle da capital no último dia 15, depois de rápida campanha por regiões rurais e várias províncias do país. O grupo fundamentalista islâmico começou a perseguir colaboradores das forças americanas, jornalistas e pessoas que trabalham para ONGs. A operção de evacuação dos Estados Unidos termina no próximo dia 31. Diante das ameaças terroristas, a França decidiu suspender a evacuação nesta sexta. A Bélgica e outros países europeus já cancelaram as missões de resgate em função do aumento do risco de atentados.
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