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Hollande e Merkel pedem aplicação integral de cessar-fogo

Presidente da França, que recebeu Merkel, disse que "o cessar-fogo foi violado várias vezes, e agora deve ser respeitado integralmente em toda a linha de frente

Merkel e Hollande: eles pediram "aplicação integral" dos acordos de cessar-fogo na Ucrânia (Pascal Rossignol/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 18h25.

O presidente francês, François Hollande , e a chanceler alemã, Angela Merkel , pediram nesta sexta-feira a "aplicação integral" dos acordos de cessar-fogo na Ucrânia , onde os rebeldes celebraram a conquista de uma cidade estratégica e trocaram tiros de artilharia com tropas de Kiev em outros locais.

Hollande, que recebeu em Paris a chanceler alemã, declarou que "o cessar-fogo foi violado várias vezes, e agora deve ser respeitado integralmente em toda a linha de frente", dias após o abandono precipitado deste enclave estratégico do leste separatista pelo exército ucraniano.

Merkel também afirmou que "o objetivo é que os acordos de Minsk sejam aplicados e traduzidos em fatos" para "que se faça tudo o que for necessário para que o derramamento de sangue não continue".

Os separatistas pró-russos se dizem favoráveis ao respeito estrito dos acordos, mas violaram várias vezes o cessar-fogo em vigor desde 15 de fevereiro.

Apesar de os dois lados terem se comprometido a retirar as armas pesadas do front, tiros de artilharia continuavam a ser ouvidos em quase toda a linha de frente.

Os rebeldes anunciaram nesta sexta-feira a intenção de trocar prisioneiros com a Ucrânia, ao mesmo tempo em que comemoravam, um dia depois, a tomada da cidade estratégica de Debaltseve.

A Ucrânia não confirmou a troca, que faz parte da série de medidas incluídas nos acordos "Minsk 2", assinados em 12 de fevereiro.

A batalha de Debaltseve, onde milhares de soldados ucranianos defendiam este estratégico 'hub' ferroviário que une os dois redutos separatistas de Donetsk e Lugangsk, representa a principal transgressão dos acordos.

Com suas casas destruídas e ruas cheias de veículos queimados, Debaltseve oferecia nesta sexta-feira um espetáculo desolador.

Praticamente todas as janelas deste que era um importante entroncamento ferroviário de 25.000 habitantes foram estilhaçadas pelos bombardeios diários das últimas semanas, de acordo com um jornalista da AFP no local.

Enquanto os combatentes separatistas comemoram esta importante vitória militar, que permite ligar as duas "capitais" separatistas de Donetsk e Lugansk, os civis que permaneceram em Debaltseve lamentam perdas amargas.

"Eles bombardearam todos os bairros, um após o outro, para fazer com que as pessoas fugissem", declarou à AFP Tatiana Rechetova, de 60 anos, à espera de uma hipotética distribuição de pão.

No porão da prefeitura da cidade, vinte mulheres abatidas e famintas vivem, algumas há vários meses, em meio a um amontoado de lixo e colchões improvisados.

"Vocês não nos defenderam", gritou uma delas, falando aos ocidentais.

Em consequência dos bombardeios contínuos, 2.500 soldados fugiram precipitadamente durante a madrugada de quarta-feira. Kiev anunciou a morte de 13 militares, embora as baixas possam ser menores.

Os separatistas, que agora controlam a cidade, anunciaram na sexta-feira a descoberta dos corpos de 57 soldados ucranianos e diversas armas, entre elas, 28 tanques.

Os chefes da diplomacia francesa, alemã, russa e ucraniana devem se reunir na terça-feira em Paris para discutir o conflito na Ucrânia, de acordo com o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Vinte tanques russos entram na Ucrânia

Na localização estratégica de Debaltseve, o exército ucraniano admitiu ter sofrido pesadas perdas.

Pelo menos 13 soldados foram mortos, 157 feridos e 31 estão desaparecidos. Além disso, mais 110 soldados foram capturados na batalha pela cidade.

Depois da retirada precipitada das tropas ucranianas da cidade, os pró-russos buscam agora apoiar-se em suas vitórias militares para ditar o calendário.

Dois soldados ucranianos morreram e três ficaram feridos nas últimas 24 horas, segundo o porta-voz militar Vladislav Seleznev.

Enquanto isso, um outro porta-voz anunciou que os combates prosseguem nas regiões de Donetsk e de Mariupol, importante porto industrial no sudeste do país.

Vinte tanques russos cruzaram a fronteira russo-ucraniana em Novoazovsk, no extremo sul da linha de frente, segundo anunciou o porta-voz Andrii Lysenko.

No reduto rebelde de Donetsk, um civil foi morto em um bombardeio, de acordo com a administração separatista da cidade.

Dentro do exército e da sociedade ucraniana, as vozes se levantam para criticar o Estado Maior, acusado de ser incompetente.

Em Artemvisk, cidade 35 km ao norte de Debaltseve para a qual as tropas se reagruparam, uma autoridade regional pró-Kiev declarou à AFP que a maioria dos soldados se recusam a voltar para a frente de combate.

Novo balanço

O porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville, disse nesta sexta-feira estar "profundamente preocupado com o sofrimento dos civis, prisioneiros e feridos" na região de Debaltseve.

O balanço mais recente do conflito é de 5.692 mortos desde abril de 2014, indicou, acrescentando que esta avaliação poderia ser "significativamente superior".

Na quinta-feira, o presidente ucraniano Petro Poroshenko apelou pelo envio de uma força de manutenção da paz no leste da Ucrânia, principalmente para controlar a fronteira russo-ucraniana, por onde entram armas e militares russos.

Mas o apelo de Poroshenko parece ter sido ignorado, apesar de uma conversa telefônica com Hollande, Merkel e Vladimir Putin na quinta-feira.

Apesar das violações do acordo de cessar-fogo em Debaltseve, os quatro líderes só concordaram em "aplicar com rigor todas as medidas aprovadas em 12 de fevereiro em Minsk", segundo um comunicado do Kremlin.

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O presidente francês, François Hollande , e a chanceler alemã, Angela Merkel , pediram nesta sexta-feira a "aplicação integral" dos acordos de cessar-fogo na Ucrânia , onde os rebeldes celebraram a conquista de uma cidade estratégica e trocaram tiros de artilharia com tropas de Kiev em outros locais.

Hollande, que recebeu em Paris a chanceler alemã, declarou que "o cessar-fogo foi violado várias vezes, e agora deve ser respeitado integralmente em toda a linha de frente", dias após o abandono precipitado deste enclave estratégico do leste separatista pelo exército ucraniano.

Merkel também afirmou que "o objetivo é que os acordos de Minsk sejam aplicados e traduzidos em fatos" para "que se faça tudo o que for necessário para que o derramamento de sangue não continue".

Os separatistas pró-russos se dizem favoráveis ao respeito estrito dos acordos, mas violaram várias vezes o cessar-fogo em vigor desde 15 de fevereiro.

Apesar de os dois lados terem se comprometido a retirar as armas pesadas do front, tiros de artilharia continuavam a ser ouvidos em quase toda a linha de frente.

Os rebeldes anunciaram nesta sexta-feira a intenção de trocar prisioneiros com a Ucrânia, ao mesmo tempo em que comemoravam, um dia depois, a tomada da cidade estratégica de Debaltseve.

A Ucrânia não confirmou a troca, que faz parte da série de medidas incluídas nos acordos "Minsk 2", assinados em 12 de fevereiro.

A batalha de Debaltseve, onde milhares de soldados ucranianos defendiam este estratégico 'hub' ferroviário que une os dois redutos separatistas de Donetsk e Lugangsk, representa a principal transgressão dos acordos.

Com suas casas destruídas e ruas cheias de veículos queimados, Debaltseve oferecia nesta sexta-feira um espetáculo desolador.

Praticamente todas as janelas deste que era um importante entroncamento ferroviário de 25.000 habitantes foram estilhaçadas pelos bombardeios diários das últimas semanas, de acordo com um jornalista da AFP no local.

Enquanto os combatentes separatistas comemoram esta importante vitória militar, que permite ligar as duas "capitais" separatistas de Donetsk e Lugansk, os civis que permaneceram em Debaltseve lamentam perdas amargas.

"Eles bombardearam todos os bairros, um após o outro, para fazer com que as pessoas fugissem", declarou à AFP Tatiana Rechetova, de 60 anos, à espera de uma hipotética distribuição de pão.

No porão da prefeitura da cidade, vinte mulheres abatidas e famintas vivem, algumas há vários meses, em meio a um amontoado de lixo e colchões improvisados.

"Vocês não nos defenderam", gritou uma delas, falando aos ocidentais.

Em consequência dos bombardeios contínuos, 2.500 soldados fugiram precipitadamente durante a madrugada de quarta-feira. Kiev anunciou a morte de 13 militares, embora as baixas possam ser menores.

Os separatistas, que agora controlam a cidade, anunciaram na sexta-feira a descoberta dos corpos de 57 soldados ucranianos e diversas armas, entre elas, 28 tanques.

Os chefes da diplomacia francesa, alemã, russa e ucraniana devem se reunir na terça-feira em Paris para discutir o conflito na Ucrânia, de acordo com o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Vinte tanques russos entram na Ucrânia

Na localização estratégica de Debaltseve, o exército ucraniano admitiu ter sofrido pesadas perdas.

Pelo menos 13 soldados foram mortos, 157 feridos e 31 estão desaparecidos. Além disso, mais 110 soldados foram capturados na batalha pela cidade.

Depois da retirada precipitada das tropas ucranianas da cidade, os pró-russos buscam agora apoiar-se em suas vitórias militares para ditar o calendário.

Dois soldados ucranianos morreram e três ficaram feridos nas últimas 24 horas, segundo o porta-voz militar Vladislav Seleznev.

Enquanto isso, um outro porta-voz anunciou que os combates prosseguem nas regiões de Donetsk e de Mariupol, importante porto industrial no sudeste do país.

Vinte tanques russos cruzaram a fronteira russo-ucraniana em Novoazovsk, no extremo sul da linha de frente, segundo anunciou o porta-voz Andrii Lysenko.

No reduto rebelde de Donetsk, um civil foi morto em um bombardeio, de acordo com a administração separatista da cidade.

Dentro do exército e da sociedade ucraniana, as vozes se levantam para criticar o Estado Maior, acusado de ser incompetente.

Em Artemvisk, cidade 35 km ao norte de Debaltseve para a qual as tropas se reagruparam, uma autoridade regional pró-Kiev declarou à AFP que a maioria dos soldados se recusam a voltar para a frente de combate.

Novo balanço

O porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville, disse nesta sexta-feira estar "profundamente preocupado com o sofrimento dos civis, prisioneiros e feridos" na região de Debaltseve.

O balanço mais recente do conflito é de 5.692 mortos desde abril de 2014, indicou, acrescentando que esta avaliação poderia ser "significativamente superior".

Na quinta-feira, o presidente ucraniano Petro Poroshenko apelou pelo envio de uma força de manutenção da paz no leste da Ucrânia, principalmente para controlar a fronteira russo-ucraniana, por onde entram armas e militares russos.

Mas o apelo de Poroshenko parece ter sido ignorado, apesar de uma conversa telefônica com Hollande, Merkel e Vladimir Putin na quinta-feira.

Apesar das violações do acordo de cessar-fogo em Debaltseve, os quatro líderes só concordaram em "aplicar com rigor todas as medidas aprovadas em 12 de fevereiro em Minsk", segundo um comunicado do Kremlin.

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