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Hollande alerta para risco de desmantelamento da UE

Presidente francês pediu que eleitores rejeitem os partidos eurocéticos, alertando que eles desejam reverter décadas de integração europeia

François Hollande: "o fim do euro significaria uma austeridade implacável, o fim da solidariedade financeira e uma moeda abandonada"  (Chesnot/WireImage/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 09h55.

Paris - O presidente da França , François Hollande, pediu nesta sexta-feira aos eleitores franceses que participam este mês das eleições para o Parlamento Europeu e rejeitem os partidos eurocéticos, alertando que eles desejam reverter décadas de integração europeia.

Em um artigo publicado no diário Le Monde, Hollande condenou as políticas protecionistas e antieuropeias do partido de extrema direita Frente Nacional, de Marine Le Pen, que pesquisas apontam como a legenda que emergirá como a maior legenda da França no pleito de 25 de maio, em meio a uma apatia geral do eleitorado.

"Como resultado da crise econômica, certas forças na França e em outros países tentam o desmantelamento (da União Europeia) ao apostar na decepção e desânimo, e explorando os medos", escreveu o líder socialista. "(Mas) o fim do euro significaria uma austeridade implacável, o fim da solidariedade financeira e uma moeda abandonada às veleidades de especuladores." Hollande ressaltou que a França ainda quer defender suas principais indústrias, regular as trocas comerciais e se defender da disputa por salários mais baixos com rivais mais competitivos, mas acrescentou: "Como um país que exporta mais de um quarto de sua produção pode correr o risco de se isolar?" Le Pen pediu no início de maio que os eurocéticos se uniam no novo Parlamento Europeu e utilizem seu poder para bloquear qualquer intensificação da integração da UE.

O apoio à UE se deteriorou nos últimos anos na França, um dos Estados cofundadores do bloco. Uma pesquisa do instituto CSA divulgada este mês mostrou que 51 por cento dos franceses apoiam a integração com a UE, abaixo dos 67 por cento registrados há uma década.

Hollande não antecipou nenhum novo projeto para a UE no artigo, mas citou acordos recentes sobre a união bancária da Europa e um imposto paneuropeu sobre transações financeiras como exemplos de que o bloco busca lidar com as causas originais que levaram à crise das dívidas soberanas em 2009, da qual apenas agora as economias europeias começam a se recuperar.

No entanto, ele reconheceu que a França e outros países falharam ao lidar com o alto desemprego entre os jovens e pediu aos eleitores que usem a eleição para fazer ouvir sua opinião sobre as políticas da UE.

"A União está decepcionando... Pela primeira vez, os eleitores vão determinar o futuro presidente da Comissão Europeia por meio do voto. Quantos deles sabem disso no momento?" Uma pesquisa do instituto Ifop divulgada esta semana coloca a Frente Nacional na liderança com 24 por cento das intenções de voto, vindo depois a oposição conservardora do UMP, com 22,5 por cento, e os socialistas de Hollande, com apenas 18 por cento. A previsão é que cerca de dois terços dos eleitores aptos a votar não irão às urnas.

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Paris - O presidente da França , François Hollande, pediu nesta sexta-feira aos eleitores franceses que participam este mês das eleições para o Parlamento Europeu e rejeitem os partidos eurocéticos, alertando que eles desejam reverter décadas de integração europeia.

Em um artigo publicado no diário Le Monde, Hollande condenou as políticas protecionistas e antieuropeias do partido de extrema direita Frente Nacional, de Marine Le Pen, que pesquisas apontam como a legenda que emergirá como a maior legenda da França no pleito de 25 de maio, em meio a uma apatia geral do eleitorado.

"Como resultado da crise econômica, certas forças na França e em outros países tentam o desmantelamento (da União Europeia) ao apostar na decepção e desânimo, e explorando os medos", escreveu o líder socialista. "(Mas) o fim do euro significaria uma austeridade implacável, o fim da solidariedade financeira e uma moeda abandonada às veleidades de especuladores." Hollande ressaltou que a França ainda quer defender suas principais indústrias, regular as trocas comerciais e se defender da disputa por salários mais baixos com rivais mais competitivos, mas acrescentou: "Como um país que exporta mais de um quarto de sua produção pode correr o risco de se isolar?" Le Pen pediu no início de maio que os eurocéticos se uniam no novo Parlamento Europeu e utilizem seu poder para bloquear qualquer intensificação da integração da UE.

O apoio à UE se deteriorou nos últimos anos na França, um dos Estados cofundadores do bloco. Uma pesquisa do instituto CSA divulgada este mês mostrou que 51 por cento dos franceses apoiam a integração com a UE, abaixo dos 67 por cento registrados há uma década.

Hollande não antecipou nenhum novo projeto para a UE no artigo, mas citou acordos recentes sobre a união bancária da Europa e um imposto paneuropeu sobre transações financeiras como exemplos de que o bloco busca lidar com as causas originais que levaram à crise das dívidas soberanas em 2009, da qual apenas agora as economias europeias começam a se recuperar.

No entanto, ele reconheceu que a França e outros países falharam ao lidar com o alto desemprego entre os jovens e pediu aos eleitores que usem a eleição para fazer ouvir sua opinião sobre as políticas da UE.

"A União está decepcionando... Pela primeira vez, os eleitores vão determinar o futuro presidente da Comissão Europeia por meio do voto. Quantos deles sabem disso no momento?" Uma pesquisa do instituto Ifop divulgada esta semana coloca a Frente Nacional na liderança com 24 por cento das intenções de voto, vindo depois a oposição conservardora do UMP, com 22,5 por cento, e os socialistas de Hollande, com apenas 18 por cento. A previsão é que cerca de dois terços dos eleitores aptos a votar não irão às urnas.

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